3 milhões de pessoas caíram no “maior esquema em pirâmide de sempre”. Estrelas mundiais sob fogo

Um esquema em pirâmide com criptomoedas – promovido por grandes estrelas internacionais – lesou três milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo 156 portugueses. Podemos estar perante a maior fraude em pirâmide de sempre.

Prometia “mundos e fundos”, pagava relógios, viagens e hotéis de luxo – mas no fim não passou de um superesquema fraudulento.

A OmegaPro – descrita como uma empresa de investimento e marketing baseada em produtos financeiros – terá lesado mais de três milhões de pessoas, através dos seus esquemas em pirâmide.

Num negócio que prometia uma rentabilidade que podia ir aos 300% em 16 meses, como escreve o Público, muitas pessoas acabaram por perder as poupanças de uma vida.

Ao mesmo jornal, o português Carlos Veiga, uma das vítimas, conta como foi iludido, por outra investidora portuguesa, a entrar num mundo novo: “Foi ela [Laura Ramalho] que me falou da OmegaPro. Começou por dizer que era um bom negócio para mim e, quando o primeiro investimento correu bem, ela disse-me que ia ser rico e eu vendi a minha casa. Perdi 280 mil euros e desgracei a minha vida“.

Laura ganhava 10% daquilo que investiam as pessoas por ela angariadas.

“Fui ao Dubai duas vezes por causa deste investimento e fiquei em hotéis muito luxuosos e com tudo pago (…) Estive a metros do Steven Seagal“, contou Carlos Veiga, tendo-se confessado fascinado com a nova realidade.

Craques do futebol envolvidos

Luís Figo, Kaká, Ronaldinho, Casillas e Sneijder são alguns dos nomes que ajudaram a promover o negócio da OmegaPro, nos últimos anos.

 

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Além de vários jogadores de futebol, também estão envolvidas estrelas de Hollywood e influenciadores do mundo do markekting e do coaching motivacional.

Os advogados das vítimas (156 em Portugal) querem que as grandes estrelas internacionais, que contribuíram para o crescimento do esquema, também sejam responsabilizadas.

“Quando se é uma pessoa famosa, um ex-jogador ou um ator, tem-se uma responsabilidade acrescida de saber o que se está a promover, porque sabem — ou é suposto saberem — que se tem o poder de influenciar as pessoas“, considerou o advogado sueco Lars Olofsson, citado pelo Público.

O advogado, que representa cerca 2500 lesados, incluindo os portugueses, diz ter já uma lista de mais de 20 nomes contra os quais tenciona avançar judicialmente.

Lars Olofsson considera que este pode ser o maior esquema de fraude em pirâmide de sempre: Não digo isto pelo número de lesados, nem pelo valor que será de vários milhões de euros — a média de investimento dos meus clientes rondou os 120 mil euros — mas pela sofisticação com que foi feito“.

“Os alegados fundadores da OmegaPro, pelo menos quem apareceu como tal foi Andreas Szakacs, Dilawar e Mike Sims, que agora se sabe que já tinham participado noutros negócios duvidosos, apostaram em captar como clientes pessoas que têm pouca literacia financeira, que não são muito ricas, criando todo um marketing à volta do negócio que envolveu a contratação como embaixadores da marca estrelas do futebol e do cinema, e fazer convenções com gurus de liderança e de gestão em hotéis de luxo”, explicou o advogado.

Uma das vítimas citadas pelo Público pede prisão para os responsáveis: “Não gosto de desejar mal a ninguém, mas agora só quero que sejam todos presos, passem o resto da vida na prisão”, disse Helen, de lágrimas nos olhos.