A “extremista” Charlotte Durcan, mãe de duas crianças, chegou a um extremo no consumo de álcool. O vinho não fazia diferença.
Colne, Lancashire, e os seus quase 20 mil habitantes, raramente aparecem em notícias. Mas Charlotte Durcan aparece em jornais (mas preferia não aparecer).
A inglesa de 30 anos é de “extremos”, admite a própria. E chegou ao extremo de começar a beber três litros de vodka por dia, durante dois anos.
Tornou-se viciada – mesmo sem reparar nisso, no início – e, com o passar do tempo, começou a desmaiar e a ter convulsões.
Não conseguia passar muitas horas sem beber. “Começava a tremer e a suar”, relata a inglesa no portal local LancsLive. Sintomas óbvios de vício.
Mãe de duas crianças, começava logo o dia a beber vodka, para se “equilibrar”. Ao pequeno-almoço era logo meio litro de vodka pura, para deixar de tremer, para deixar de suar e para deixar de se sentir enjoada. ” E funcionava”, completa.
Usava quase todo o seu dinheiro para comprar vodka. Quando começou a faltar dinheiro em casa, começou a pedir à família.
Mais tarde, começou a perceber que realmente tinha um problema: é que, nesses momentos de auxílio, os familiares davam-lhe vinho e beber vinho não lhe fazia diferença. Precisava mesmo de vodka.
Desmaiou outra vez, foi para o hospital. Pela primeira vez. Esteve internada durante alguns dias, voltou para casa e conseguiu estar sem beber durante quatro dias. Mas voltou a beber – e voltou para o hospital.
Nesse último internamento, o diagnóstico foi bem pior. Cuidados intensivos, falência múltipla de órgãos (coração, fígado, rim); três semanas internada, sem se mexer, sem falar.
Recebeu a visita de familiares… que se vinham despedir. Os médicos avisaram que Charlotte não iria sobreviver mais do que 24 horas.
Mas recuperou.
Ainda hoje não sabe como, mas começou a sua reabilitação mais tarde.
Não bebe há 11 meses e é voluntária na Inspire Lancashire – a associação que a ajudou na reabilitação e que está a organizar uma campanha de consciencialização sore o álcool.
Charlotte Durcan está quase a completar um ano sem beber. Quando chegar a essa marca, vai procurar um emprego a tempo inteiro.
É um exemplo de que uma pessoa alcoólica não tem de ter um currículo de beber durante anos e anos. A inglesa raramente bebia, antes do início deste vício. Depois, tudo se acumulou rapidamente – e quase morreu.
