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Um dos maiores traficantes de armas do mundo foi detido em Évora

GERJ / Wikimedia

Jacques Monsieur, de 66 anos, foi detido na Herdade do Zambujal, perto de Évora, onde estava escondido há quase um ano, depois de ter sido condenado em 2018 a quatro anos de prisão no seu país e ao pagamento de uma multa de 1,2 milhões de euros por tráfico de armamento para a Líbia, Chade, Paquistão e Irão.

De acordo com o Diário de Notícias, foi um negócio com cavalos que levou quarta-feira à detenção em Portugal do maior traficante de armas da Bélgica e um dos maiores do mundo, conhecido como “Raposa” ou “Marechal”.

Nos últimos 35 anos, não há conflito armado em que Jacques Monsieur, maior traficante de armas da Bélgica e um dos maiores traficantes de armas do mundo, não tenha estado envolvido. Colaborador do Irão, esteve envolvido no Irangate e forneceu armas a Teerão, nos anos 80, na guerra contra o Iraque.

“Raposa” tinha uma quinta em França que vendeu em março passado. Decidiu transportar nove cavalos da quinta para Portugal. O transporte, no valor de 2.500 euros, nunca terá sido pago. A polícia encontrou-o escondido num pequeno abrigo, junto aos estábulos da herdade.

Jacques Monsieur foi condenado por tráfico de material militar para países em guerra, onde introduziu, entre 2006 e 2009, armas automáticas, munições e até tanques, helicópteros e aviões.

De acordo com a TVI, Jacques Monsieur vendeu 100 mil armas automáticas à Líbia; tanques e helicópteros à Guiné Bissau; material militar ao Irão, 200 mil armas automáticas e munições, helicópteros e outras aeronaves militares ao Chad (na altura em guerra civil); e lança rockets e metralhadoras ao Paquistão.

Monsieur – que esteve ao serviço do Exército belga até 1980 – já tinha sido condenado a 23 meses de prisão nos EUA em 2010 por tentar contrabandear peças de aviões de guerra para o Iraque, segundo a AFP.

Em 2002, um tribunal de Bruxelas sentenciou Monsieur a mais de três meses de prisão por vender armas, incluindo lança-granadas e partes de mísseis ao Irão, China, Equador, Bósnia-Herzegovina e Croácia, nas décadas de 1980 e 1990.

Jacques Monsieur deverá ser presente a juiz esta sexta-feira.

 

 

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