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Faltam 132 anos para chegarmos à igualdade de género. Portugal cai sete lugares no ranking

A Islândia ficou na primeira posição da lista e o Afeganistão ficou no último lugar, tendo Portugal ficado no top 30. Ainda não foram anulados os retrocessos que a pandemia causou.

Portugal caiu sete lugares no ranking da igualdade de género do Fórum Económico Mundial. A lista tem em conta critérios como a saúde, a representação política, a participação no mercado de trabalho, a igualdade salarial ou a educação, tendo Portugal ficado no 29.º lugar quando nos dados do ano passado ficou em 22.º.

Em 2006, quando o relatório anual começou a ser publicado, Portugal estava na 33.ª posição. A pontuação geral para o nosso país também caiu um pouco, de 77,5% no ano passado para 76,6% em 2022.

Relativamente aos critérios específicos, Portugal subiu nos indicadores relativos ao acesso à educação (de 76.º para 75.º lugar) e à saúde (de 61.º para 67.º), mas perdeu terreno no rendimento económico estimado para as mulheres e na participação política feminina.

No plano político, Portugal ficou no 33.º lugar e foi penalizado pelo facto de nos últimos 50 anos não ter elegido nenhuma mulher como primeira-ministra ou Presidente da República.

No entanto, nem tudo são más notícias, já que Portugal ocupa o lugar cimeiro em três dos 15 critérios utilizados, sendo o país com uma maior taxa participação de mulheres em trabalhos qualificados e também sendo o líder na participação tanto de homens como de mulheres no ensino secundário e no ensino superior.

Islândia é o país mais igualitário do mundo

Esta edição do Global Gender Report Gap analisou 146 países e voltou a coroar a Islândia como o país mais igualitário do mundo, com outros dois países nórdicos —  Finlândia e Noruega — a fechar o pódio. Seguem-se a Nova Zelândia, Suécia, Ruanda, Nicarágua, Namíbia, Irlanda, e Alemanha no top 10.

Do lado oposto da lista, o Afeganistão ficou na última posição, seguindo-se o Paquistão, República Democrática do Congo, Irão, Chade, Mali, Argélia, Oman, Benim e Qatar.

No plano global, a disparidade entre os géneros caiu para 68,1%, sendo agora precisos 132 anos para chegarmos à paridade, uma pequena melhoria relativamente aos 136 anos estimados em 2021.

Mesmo assim, o impacto negativo da pandemia nos avanços ainda não foi eliminado, já que até aí se esperava que a igualdade fosse alcançada em 100 anos. O relatório também antecipa que a inflação e perda de poder de compra afecte desproporcionalmente as mulheres.

O domínio da participação política (parlamentares, ministros e chefes de Estado segundo o género) é onde a diferença é maior — 22% —, o que significa que a presença dos homens é quase quatro vezes superior à das mulheres a nível mundial, um problema que no ritmo actual levará 155 anos para ser resolvido.

Na participação económica (igualdade salarial, presença na população ativa, trabalhadores especializados) o índice também é relativamente baixo, ficando-se pelos 60,3% e o Fórum Económico Mundial calcula que faltam 151 anos para a paridade ser alcançada.

Já no campo educacional (índices de alfabetização, escolaridade, etc.), o índice está mais próximo da paridade, com um subíndice de 94,4%, embora o relatório calcule que ainda faltam 22 anos para que haver uma igualdade total.

Por fim, no que diz respeito à saúde e sobrevivência (esperança de vida e percentagens de homens e mulheres à nascença), a taxa é a mais elevada entre todos os indicadores (95,8%) embora o relatório alerte que neste domínio tem havido um retrocesso geral que poderá levar a uma reversão.

Adriana Peixoto, ZAP // Lusa

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