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Start-up francesa usa bactérias para iluminar montras e ruas sem gastar eletricidade

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Uma start-up francesa desenvolveu um sistema de iluminação que usa bactérias geneticamente modificadas para que estas se tornem “luminosas”.

Batizada de Glowee, esta start-up francesa desenvolveu um método de iluminação inovador que não gasta eletricidade e que pode ser usada para iluminar montras de lojas, fachadas de edifícios, monumentos e outros espaços públicos.

A empresa utiliza um processo de bioluminescência, ou seja, aproveita a emissão de luz de um determinado ser vivo, neste caso da lula, que é provocado por uma reação química com um certo gene.

“A ideia surgiu depois de assistirmos a um documentário sobre espécies das profundezas marinhas que conseguem produzir a sua própria luz”, disse à BBC Sandra Rey, co-fundadora da Glowee.

A start-up cultiva essa bactéria, não patogénica nem tóxica, através de uma solução com certos nutrientes para que se consiga multiplicar.

Feito esse passo, os microrganismos vivos e geneticamente modificados são colocados em invólucros de resina orgânica que, além de poderem ter várias formas, são também adesivos, fazendo com que sejam facilmente fixados nas várias superfícies.

Além das fachadas de prédios ou estabelecimentos comerciais, estas “lâmpadas” também podem ser usadas, por exemplo, em paragens de autocarro e até mesmo placas de sinalização.

A luz obtida a partir deste método é mais fria e mais suave, por isso, o objetivo da empresa não passa por substituir também a iluminação pública.

“Não vamos substituir a iluminação pública das ruas porque sabemos que a nossa luz é fraca para isso”, afirma Rey.

Porém, a co-fundadora ressalva que este sistema pode ser muito vantajoso porque, além de diminuir a “poluição luminosa das cidades”, é muito mais ecológico e pode reduzir as emissões de CO2.

Para já, a vida útil deste sistema de iluminação é de apenas três horas e, portanto, tem sido utilizado numa fase experimental em instalações e eventos a curto prazo.

Segundo Rey, o sistema está a ser melhorado para que atinja “um mês de iluminação ainda este ano” e prevê conseguir prazos mais alargados no futuro.

De acordo com a empresa, estas “bactérias luminosas” vão começar a ser utilizadas nas montras de algumas lojas francesas no início de 2017.

A start-up recebeu investimentos privados e subvenções públicas para desenvolver este projeto e também ganhou um prémio do polo francês de biotecnologia Genopole, um dos maiores do continente europeu.

Os objetivos da empresa passam também por exportar este sistema para outros países, quer seja em sítios “onde a eletricidade é mais cara do que em França”, quer seja em “áreas remotas de países emergentes que têm menos recursos”.

ZAP / BBC

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