As situações de stress e de ansiedade podem levar ao crescimento prematuro de cabelos brancos nos seres humanos e um estudo agora divulgado constatou que o mesmo acontece com os cães.
Esta investigação, publicada na edição deste mês de Dezembro do jornal científico Applied Animal Behaviour Science, aponta que os comportamentos impulsivos e ansiosos “foram associados significativamente com o envelhecimento prematuro” de cães jovens.
A pesquisa centrou-se em 400 cães com idades entre 1 e 4 anos, já que os mais velhos poderiam ter cabelos grisalhos fruto do processo natural de envelhecimento.
Os investigadores da Universidade do Norte do Illinois (NIU na sigla original em inglês), nos EUA, apuraram os níveis de ansiedade e de impulsividade dos animais elaborando inquéritos aos respectivos donos sobre os seus comportamentos e hábitos.
Perguntaram, entre outras questões, se eles destruíam coisas quando ficavam sozinhos, se perdiam pêlo durante exames veterinários ou quando se deslocavam a lugares novos, se saltavam para cima das pessoas e se eram hiperactivos após fazerem exercício.
Depois, compararam fotos dos animais, classificando os seus níveis de pêlos grisalhos relativamente aos índices de ansiedade e de impulsividade.
“Os resultados mostraram que os cães que exibiram sinais mais elevados de ansiedade, reportados pelos donos, revelaram uma maior extensão de cinza prematura no focinho do que os seus cães pares menos ansiosos”, aponta-se num comunicado divulgado pela NIU.
O mesmo aumento de pêlos brancos foi detectado nos cães que revelaram sintomas de impulsividade.
Os investigadores detectaram ainda que as cadelas tendem a ter níveis mais elevados de pêlos grisalhos do que os cães machos.
Aqueles animais que mostram medo relativamente a ruídos altos e a animais e pessoas desconhecidas tendem também a ter mais cabelos brancos.
Várias pesquisas, no passado, já associaram o stress ao aparecimento de cabelos brancos nos humanos e agora, este “estudo único e original” pode ter importantes “implicações para o bem-estar dos cães”, destaca o co-autor do estudo, Temple Grandin, professor de Ciência Animal na Universidade do Estado do Colorado, nos EUA, em declarações divulgadas pela NIU.
SV, ZAP