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169 novas espécies descobertas na Amazónia

Eiti Kimura / Flickr

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Investigadores brasileiros anunciaram, esta quarta-feira, a descoberta de 169 novas espécies na Floresta Amazónica, sendo 155 animais e 14 plantas, identificados ao longo dos últimos quatro anos por uma equipa do Museu Emílio Goeldi.

A maior parte das novas espécies identificadas pertence ao grupo dos aracnídeos (112), seguido dos peixes (12), aves (10), anfíbios (10), répteis (06), insetos de duas asas [dípteros] (04) e mamíferos (01). Entre as plantas, foram descobertas 13 espécies da família das angiospermas (plantas de dão flores e frutos) e uma da família das briófitas (plantas sem vasos condutores de seiva nem estruturas rígidas de sustentação).

A nova espécie de mamífero descoberta é um primata – ‘mico rondoni‘ – encontrado em Rondónia, e que durante muito tempo tem sido confundido com outra espécie (‘mico emiliae‘), que ocorre no Pará, ambos estados amazónicos, localizados no norte do Brasil.

Para a distinção entre as duas espécies, foi necessário um trabalho intra-disciplinar minucioso de observação da morfologia externa e craniana, bem como da biologia molecular e comportamento.

O investigador Alexandre Bonaldo disse, esta quarta-feira, que novas espécies são descobertas praticamente todos os dias, mas os trabalhos de identificação e catalogação são longos e exigem um grau de detalhe e precisão especiais.

“Para descrever uma espécie nova é preciso comparar com todas as espécies disponíveis que são do mesmo género e voltar a descrever as que já foram catalogadas anteriormente”, explicou o investigador à Lusa.

“A revisão é necessária tendo em vista que muitas das espécies descritas no passado – principalmente no século XIX e no início do século XX – foram feitas com um grau de detalhe muito inferior, já que os investigadores da época estavam a lidar com uma diversidade muito menor em relação à que hoje conhecemos”, adiantou.

O pesquisador ressalta ainda a importância da pesquisa “básica” na preservação do bioma amazónico.

“Quando se trabalha com investigação básica, preocupamo-nos sobre como os animais se comportam e como se relacionam entre si, o que tem relação direta com a conservação, porque é preciso conhecer quais são os componentes do sistema para saber como preservá-lo”, observou.

/Lusa

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