Vulcão islandês bate novo recorde mundial de velocidade do magma

Numa questão de semanas, a região à volta de Grindavik, na Islândia, passou de uma atividade sísmica regular para três erupções vulcânicas — a última ocorreu no dia 08 de fevereiro.

A cidade foi evacuada em novembro passado, quando os tremores de terra aumentaram em número e intensidade.

Os cientistas puderam constatar que se estava a formar um enorme dique magmático no subsolo e as novas análises, publicadas no Science, mostram quão poderosas podem ser as forças subterrâneas.

Estima-se que o dique magmático tenha um comprimento de 15 quilómetros, rachando o solo debaixo da cidade, ameaçando a famosa Lagoa Azul — um SPA geotérmico ao ar livre e um importante destino turístico.

O dique magmático foi visto a alongar-se e a subir e os investigadores estabeleceram agora o fluxo de magma para o dique magmático. Não foi apenas rápido, chamam-lhe: ultrarrápido.

Assim, calcularam que a taxa de fluxo era de 7400 metros cúbicos por segundo, o que equivale a três piscinas olímpicas por segundo.

Segundo o IFL Science, é uma taxa de fluxo incrível e, certamente, que não estava lá recentemente.

Desde 2021, houve três erupções na Península de Reykjanes, onde Grindavik está localizada. A taxa de fluxo de magma para estes fenómenos foi 30 vezes menor do que o que foi testemunhado desta vez.

Desde a primeira erupção, em dezembro passado, que os cientistas temiam que o novo sistema vulcânico fosse maior do que os três anteriores juntos — e está a provar-se que tinham razão.

A erupção de janeiro atingiu Grindavik e a nova erupção do vulcão Fagradalsfjall começou às 05h30 do dia 08 de fevereiro, num local semelhante ao da erupção de 18 de dezembro, mas mais afastado de Grindavik.

Foram observadas fontes de lava com 50 a 80 metros de altura e uma pluma (coluna de cinzas, gases e fragmentos de rocha) que atingiu uma altitude de 3 quilómetros.

O Gabinete Meteorológico da Islândia comunicou a formação de quedas de tefra na cidade — um material espumoso que se forma quando a lava arrefece rapidamente. A atividade da erupção é moderada e é comparada com o que se viu em dezembro.

“Uma pluma escura e conspícua ergue-se de uma parte da fissura eruptiva. Isto deve-se provavelmente à interação do magma com as águas subterrâneas, o que resulta numa ligeira atividade explosiva em que a pluma branca de vapor se mistura com a pluma vulcânica escura”, explicou a equipa da OMI.

“Parece que a tefra não se afasta muito da fissura eruptiva neste momento. A pluma vulcânica está dispersa em direção a sudoeste”, conclui.

Teresa Oliveira Campos, ZAP //

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