A Polícia Judiciária (PJ) deteve um homem de 48 anos por suspeitas de rapto de uma menor de 16 anos que mantinha trancada num sótão, sem luz natural, na casa onde vivia com a mãe idosa em Évora. A jovem terá sido aliciada em chats de jogos online.
A Diretoria do Centro da PJ adiantou que a menor foi “dada como desaparecida em finais de Maio de 2022 na cidade de Leiria” e que o presumível raptor foi detido em cumprimento de um mandado de detenção emitido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Leiria.
A PJ refere que fez “inúmeras diligências” em “estreita colaboração com a Unidade Local de Investigação Criminal” de Évora e que, assim, “foi possível identificar o suspeito e localizar a menor na sua residência“, naquela cidade.
O homem, um operário fabril de 48 anos, manteve a menor “em completo isolamento social durante oito meses”, “aproveitando-se da sua persistente e recorrente dependência de jogo ‘online’, imaturidade e personalidade frágil” e “a coberto de uma suposta relação amorosa”, nota a PJ.
O detido vai ser presente às autoridades judiciárias, para a eventual aplicação de medidas de coação.
Fonte da PJ disse à agência Lusa que a menor tinha 16 anos quando desapareceu.
Menor conheceu o homem em chats de jogo online
“A menor foi para a escola normalmente e de repente desapareceu. O que levou de casa foi muito pouco. Não levou documentos de identificação, nem dinheiro. Levou o telemóvel, a consola de jogos e mais dois ou três pertencentes, nada de relevante, e pouca roupa”, declara fonte da PJ à Lusa.
Na sequência do desaparecimento, foi feita participação na Polícia de Segurança Pública de Leiria.
Ainda de acordo com este responsável da PJ, a menor e o arguido “estabeleceram contacto e desenvolveram uma relação através de ‘chats’ de jogos ‘online’”, quando aquela ainda tinha 14 anos.
As conversas evoluíram “para uma relação amorosa até que surgiu a oportunidade de o suspeito a ir buscar a Leiria, levando-a com ele”, aponta a mesma fonte.
O homem, sem referências criminais, separado, com filhos e socialmente integrado, levou para uma casa em Évora de onde não saiu e onde passava a maior parte do tempo num quarto sem luz natural.
Na casa, também vivia a mãe, idosa, do arguido.
A mãe do suspeito “não teria a noção de todos os contornos” da situação, explicando que, quando alguém ia a casa, a menor, que “terá consentido, ocultava-se no sótão” da habitação, salienta a mesma fonte da PJ.
Esta mesma fonte nota que foi uma “investigação extremamente complexa, que recorreu a meios especiais de obtenção de prova, muito meticulosa”.
O caso também serve para alertar para os riscos que decorrem destes divertimentos na Internet, “onde circulam todo o tipo de pessoas”. Por isso, a fonte da PJ aconselha atenção aos pais e educadores.
Não há sinais de que a menor estivesse obrigada
O diretor da Diretoria do Centro da PJ, Jorge Leitão, afirma que, apesar de não ter saído de casa, não há “nenhum sinal” de que tenha estado na residência obrigada.
A vítima “estava tranquila, bem tratada, a fazer aquilo de que gostava, que era o vício do jogo ‘online’“, nota Jorge Leitão.
Para o diretor da PJ do Centro, o que está em causa neste processo é “a questão do consentimento”, ou seja, “se foi livre, sério e esclarecido”.
“A investigação está em crer que não”, realça Jorge Leitão, apontando para alguma imaturidade da vítima, o facto de ser uma pessoa “de certa forma solitária” e o vício por jogos.
“Tudo isto pode ter ajudado a que concordasse a manter esse relacionamento durante oito meses”, acrescenta Jorge Leitão.
A menor esteve inicialmente sinalizada pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo devido à situação escolar.
ZAP // Lusa
Ela é viciada em jogos, já ele, apenas um presumível raptor. Que vergonha, escrito por uma mulher com m muito minúsculo.
Ela já se sabia que era viciada em jogos, o homem em causa ainda é um simples suspeito, e vamos a ver de quê exactamente.
Incrível, este comentário. Não são mais que suficientes as provas da investigação da prestigiada PJ? Sinceramente |
As minhas dúvidas prendem-se mais com o Ministério Público do que com a PJ. Agora resta saber se haverá acusação, e de que tipo de crime se poderá tratar. Só neste País de criminosos à solta!
Parece-me uma notícia demasiado prematura, pois não se evidenciou ainda nada que prove algum tipo de crime. Quanto a viciados no jogo, hoje em dia é mato, em muitas idades…
Se calhar seria pertinente averiguar os jogos em si
Ainda se falta saber os detalhes do caso, mas tudo indica que a prisão preventiva do homem de 48 anos foi abusiva, até porque ainda não está acusado de nenhum tipo de crime e afinal a suposta vítima de 17 anos estava bem e de livre vontade na residência. Quanto aos jogos eu não duvido que transmitam mensagens muito subtis e perturbadoras aos jovens.