A origem da canábis é um mistério, mas a análise de pólen antigo sugere que a planta evoluiu cerca de três quilómetros acima do nível do mar no planalto tibetano.
Documentos que datam da Idade Média mostram que os humanos têm formulado hipóteses sobre as origens geográficas da canábis há mais de mil anos, com o famoso polímata árabe Ibn Wahshiyya a sugerir a Índia ou a China. Mas a raridade dos fósseis impressos no registo histórico tornou difícil identificar algo mais específico do que a Ásia Central.
“Apesar da literatura volumosa e emergente das últimas três décadas, a origem da canábis permanece em debate”, explica um novo estudo realizado por uma equipa liderada pelo investigador John McPartland, da Universidade de Vermont, nos Estados Unidos.
Para superar a falta de fósseis impressos, os cientistas decidiram recorrer a outra via: pólen de plantas do género Cannabis, estudado pela primeira vez na década de 1930 para ajudar a traçar a longa e misteriosa história da planta.
No mais recente estudo, McPartland e a sua equipa analisaram 155 estudos de pólen de fósseis existentes na Ásia. Uma das maiores dificuldades sentidas pela equipa foi o facto de muitos desses grãos de pólen de canábis surgirem misturados com plantas do género Humulus. Os grãos são muito semelhantes, dado que ambas as plantas divergiram uma da outra há cerca de 28 milhões de anos.
De modo a contornar estas questões de identificação, os cientistas usaram uma técnica estatística na qual diferenciaram probabilisticamente os pólenes baseados noutras plantas comuns na região, incluindo as pertencentes ao género Artemisia.
Segundo o ScienceAlert, os resultados sugerem que a origem geográfica mais provável da canábis, mesmo que seja uma hipótese impossível de provar, é o planalto do Tibete. “Superamos a lacuna temporal entre a data de divergência e o pólen mais antigo, mapeando a primeira aparição de Artemisia”, escreve a equipa de cientistas.
“Os dados convergem no planalto tibetano do nordeste, que deduzimos como o centro de origem da canábis, na vizinhança do lago Qinghai”. O artigo científico foi publicado na Vegetation History and Archaeobotany.
Os cientistas acreditam que a canábis se espalhou, posteriormente, para o oeste, chegando à Rússia e à Europa há cerca de 6 milhões de anos. A leste, alcançou a China há 1,2 milhões de anos. O planalto tibetano pode ter impulsionado a evolução desta planta, concluem os investigadores.
“O planalto tibetano formou-se graças à colisão entre as massas de terra da Índia e da Ásia. Em certo modo, podemos agradecer às placas tectónicas pela evolução da canábis”, remata McPartland.
Não está em risco de extinção mas de combustão.
Uma das espécies vegetais que mais presenças conta nos registos arqueológicos e antropológicos.
A sua presença e uso pelos humanos precede a religião.
E esta?!?!…