O Vaticano anunciou ter sido alvo da chantagem de um desconhecido, que exigiu dinheiro para devolver dois documentos de Michelangelo, roubados há cerca de 20 anos.
O cardeal Angelo Comastri, arcebispo da Basílica de São Pedro, “recebeu uma proposta para readquirir, por um preço determinado, dois documentos. Um escrito por Michelangelo e o outro com a sua assinatura”, indicou o gabinete de imprensa do Vaticano esta segunda-feira.
“Naturalmente, o cardeal recusou por se tratarem de documentos roubados”, acrescentou.
O desaparecimento dos dois documentos dos arquivos da Fabbrica di San Pietro foi comunicado pela primeira vez em 1997 pela arquivista da época, irmã Teresa Todaro, ao cardeal então arcebispo de São Pedro Virgilio Noé.
A guarda do Vaticano comunicou o caso à polícia italiana para a realização de um inquérito conjunto.
Os arquivos da Fabbrica de San Pietro contêm numerosos documentos sobre o longo processo de construção da imensa basílica, que foi concluída em 1626, após um século de trabalhos.
Em 1547, sob o papado de Paulo III, Michelangelo, já idoso, sucedeu a Antonio da Sangallo como superintendente da construção da basílica, tendo sido o principal responsável pela conceção dos edifícios.
/Lusa