A vacina inalada que protege contra o coronavírus, criada por investigadores canadianos, já está pronta para testes em humanos.
Segundo o Freethink, a vacina poderia não só proteger as pessoas da covid-19, mas também contra vírus provenientes de animais que poderiam um dia infetar seres humanos.
À medida que os vírus se propagam, sofrem mutações genéticas menores, e quando descobrimos uma versão de um vírus com mutações únicas, chamamos-lhe uma nova estirpe. O coronavírus não é diferente — os investigadores descobrem novas estirpes todas as semanas.
O problema é que a proteína do pico do coronavírus é particularmente suscetível a mutações. Esta é a parte do vírus nas quais as vacinas disponíveis se focam, e as mutações estão a tornar as vacinas menos eficazes.
Além disso, os níveis de anticorpos no sangue diminuem com o tempo, reduzindo a imunidade à infeção e exigindo vacinas de reforço.
Para ultrapassar este problema, investigadores da Universidade McMaster do Canadá desenvolveram uma vacina que se foca em duas partes do vírus que muito raramente sofrem mutações, e que são comuns a toda a família dos coronavírus.
“Ao visar uma amplitude de respostas imunitárias a diferentes partes do vírus covid, esperamos ver uma proteção mais ampla”, realçou a investigadora Fiona Smaill.
A vacina foi também concebida para ser inalada, em vez de injetada. Isto cria uma resposta imunitária local mesmo nas vias respiratórias onde o vírus se instala primeiro, chamada “imunidade da mucosa” — algo que as vacinas injetadas no músculo do braço não fazem muito bem.
“Esta versão inalada da vacina faz algo realmente especial e coloca o sistema imunitário nos nossos pulmões em alerta máximo para tudo”, explicou um dos investigadores da inoculação, Matt Miller.
“Ela estimula o que se chama imunidade inata treinada, que é uma forma do nosso sistema imunitário de se tornar mais preparado para lidar com qualquer infeção no futuro”, acrescenta ainda.
Os investigadores de McMaster concluíram agora um estudo da nova vacina contra a covid-19, e com base nos resultados recentemente publicados, funciona como se esperava, desencadeando a produção de anticorpos e células T, e estimulando a imunidade inata treinada.
Os investigadores estão agora a passar a sua atenção para um ensaio clínico de fase 1, no qual pelo menos 30 pessoas que já receberam duas doses de uma vacina covid-19 Pfizer ou Moderna receberão a vacina inalada como um reforço.
O objetivo deste teste será testar a segurança da vacina inalada e ver que tipo de resposta imunitária produz nos pulmões, vias respiratórias, e sangue dos participantes. Se o estudo tiver sucesso, testes maiores em humanos seriam o próximo passo no caminho para a aprovação.
Acho melhor começarem simplesmente a gasear. como faziam nos campos de concentração. Já faltou mais.