Dupla de cientistas sugere que o Universo está cheio de “paredes invisíveis”

1

myersalex216 / Pixabay

Uma equipa de cientistas sugere que pequenas galáxias podem estar a moldar “paredes invisíveis” no Universo, criadas por uma nova classe de partículas.

A teoria padrão vigente, chamada Modelo Lambda de matéria escura fria (ΛCDM), sugere que há a possibilidade de existirem apenas três elementos principais no Universo: a constante cosmológica; a matéria escura fria; e a matéria convencional.

Segundo esta teoria, as galáxias mais pequenas são capturadas pela atração gravitacional de galáxias hospedeiras maiores e forçadas a órbitas caóticas. Problema? O fenómeno nunca foi comprovado em observações reais.

Recentemente, dois cientistas da Universidade de Nottingham, na Inglaterra, admitem ter chegado a uma explicação. O artigo científico foi publicado no portal arXiv, mas ainda carece de revisão por pares.

Os investigadores sugerem que uma “quinta força” poderia estar a organizar as galáxias em formas de disco, numa “nova física” que não elimina a matéria escura, a substância não identificada que constitui a maior parte da massa no Universo.

As partículas especulativas, conhecidas como “simetrão”, poderiam ser as responsáveis pela produção dessa “força” que formaria “paredes de domínio” – ou limites no Espaço. O simetrão é uma das muitas partículas especulativas que têm sido propostas para preencher algumas das lacunas do modelo padrão.

“Sabemos que precisamos de novas partículas porque temos matéria escura e energia escura e, por isso, suspeitamos de que vamos precisar de adicionar novas partículas ao modelo padrão para dar conta dessas questão”, explicou Aneesh Naik, à VICE. “Este é o contexto em que as pessoas estudam teorias, como a teoria do simetrão – uma nova partícula candidata à energia escura e/ou à matéria escura.

A teoria sugere que os simetrões foram submetidos ao que é conhecido como “mecanismo de quebra de simetria” várias vezes ao longo dos últimos 13,8 mil milhões de anos. Isto significa que, à medida que o Universo se expande e consequentemente se torna menos denso, estas partículas passarão uma densidade limite que as leva a inverter o seu estado de energia mais baixa de zero para um valor aleatório positivo ou negativo.

“O que irá acontecer é que certos lugares no Universo irão primeiro atingir essa densidade limite, e o simetrão irá deixar a sua solução zero nessa região e, depois, numa região diferente e causalmente desconectada, essa quebra de simetria irá acontecer de forma completamente independente”, explicou o cientista.

“Há uma probabilidade de 50/50 de duas regiões adotarem valores diferentes. Eventualmente, chega-se a um ponto em que estes domínios se expandiram até se atingir uma espécie de espuma de domínios vizinhos com soluções positivas e negativas de simetrões. As paredes que separam estes domínios com soluções diferentes são as paredes de domínio”, acrescentou.

As simulações da equipa mostraram que interações ao longo destas paredes exóticas poderiam conduzir as galáxias satélites para os planos inesperados à volta das galáxias vizinhas.

ZAP //

1 Comment

  1. Não sou cientista, mas há anos que tenho uma teoria. Assim como na matemática e na biologia. Nós somos o universo de infinitos seres, de planetas e universos, mas conhecidos na biologia de células ou bactérias. Assim é o universo e seus planetas… Todos seres vivos dentro de uma enorme massa. Onde um dia, essas “células espaciais” morrerão ou simplesmente, sairão das lágrimas de Deus ou nas fezes dele… Ou quem sabe, mataremos o nosso hospedeiro por nos tornarmos malignos a sua saúde.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.