Um surto de gripe das aves matou mais de 5.200 grous em Israel

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Um surto de gripe das aves do subtipo H5N1 matou mais de 5.200 grous migratórios, uma espécie de aves da família Gruidae, e outros pássaros, em Israel.

Segundo o The Washington Post, para além da luta contra a covid-19, Israel debate-se agora com um surto de gripe das aves, que se está a espalhar pelo norte do país. Já foram abatidas centenas de galinhas, na tentativa de combater a doença.

A gripe das aves afeta principalmente as aves, e é raro passar para os humanos. Mas quando o faz pode ser letal.

Desde 2003, a Organização Mundial de Saúde confirmou 863 casos de H5N1 em pessoas em todo o mundo, 456 das quais morreram.

Israel não registou nenhuma infeção em humanos este ano e aqueles que podem ter sido expostos ao vírus estão a receber tratamentos antivirais preventivos.

Outros países como a Grã-Bretanha, a China, a Noruega e a Coreia do Sul também relataram surtos de H5N1 mais elevados do que o habitual nos últimos meses.

Em novembro, a Grã-Bretanha identificou uma zona de prevenção da gripe das aves, e exigiu que todos os agricultores seguissem protocolos de segurança mais rigorosos, após vários surtos.

Israel é uma paragem central nas rotas de muitas espécies de aves, que migram da Europa e da Ásia para África, o que aumenta o risco de propagação da H5N1 de aves selvagens para populações de aves de capoeira no país.

Todos os anos, cerca de 500.000 grous migratórios passam por Israel, dos quais cerca de 30.000 ficaram lá este ano, para o Inverno.

A escala anual, parte de viagens que duram milhares de quilómetros, chama a atenção dos entusiastas das aves, que viajam para observar as aves grandes, de patas longas e de pescoço comprido.

Tamar Zandberg, ministro da Proteção Ambiental, partilhou uma mensagem no Twitter, onde afirmava que o surto de H5N1 tinha provocado “os danos mais graves à vida selvagem, na história do país”.

O ministro publicou uma fotografia de grous mortos, num lago da Reserva Natural Hula de Israel, um local comum das aves migratórias. “A extensão dos danos ainda não é clara”, escreveu Zandberg.

Israel comunicou os seus primeiros casos de gripe das aves em 2006, e tem registado surtos quase todos os anos desde então, segundo o Ministério da Agricultura e do Desenvolvimento Rural do país.

A extensão das cadeias de transmissão deste ano ainda não é clara, mas os regulamentos exigem que as aves de capoeira e as aves selvagens sejam mantidas separadas, para limitar a possibilidade de transferência.

A notícia do último surto de Israel começou a espalhar-se a 19 de dezembro, quando o Ministério da Agricultura informou que o H5N1 tinha sido detetado numa comunidade agrícola, Margaliot, perto da fronteira norte de Israel com o Líbano. O ministério encerrou a área e interrompeu a produção de ovos.

Os galinheiros lotados e não regulamentados são uma “bomba relógio” para o desenvolvimento de doenças, realçou Oded Feror, o ministro da Agricultura, numa declaração na altura.

Ainda a 19 de dezembro, os meios de comunicação israelitas relataram que cerca de 100 grous tinham morrido num surto de H5N1, no lago Hula, numa reserva natural no norte de Israel. As autoridades encerraram a área ao público e, dias depois, encerraram temporariamente toda a reserva natural.

A Autoridade da Natureza e dos Parques de Israel partilhou fotografias de trabalhadores em fatos de proteção, a recolher corpos de grous mortos da água.

Nos dias seguintes, foram detetados surtos em pelo menos três outras zonas agrícolas no norte, após o Ministério da Agricultura submeter testes em massa.

As autoridades disseram que não só cerca de 1 em cada 5 grous em Israel estavam provavelmente infetados com o vírus, como também houve relatos de mortes por causa do vírus, entre outras espécies de aves.

O Ministério da Agricultura de Israel avisou a população para comprar apenas ovos com o selo regulamentar exigido, para os comerem completamente cozinhados, de forma a evitar a propagação, e para manterem a distância das aves selvagens.

Esta terça feira, o ministério disse aos criadores de frangos em Margaliot que monitorizassem os gatos que passam tempo em redor dos galinheiros, pois os felinos também podem ficar infetados com o vírus.

Os meios de comunicação israelitas relataram que o abate em massa de galinhas criou uma escassez de entre 15 milhões e 20 milhões de ovos por mês. São consumidos mensalmente cerca de 200 milhões de ovos em Israel.

A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária anunciou no início de dezembro que tinha sido detetado um caso de gripe das aves em Portugal, na zona de Palmela, mas foram tomadas as medidas de controlo necessárias.

ZAP //

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