Turquia ameaça fechar porta da NATO por um ano. Suécia cede e muda leis antiterrorismo

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Tolga Bozoglu / EPA

Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan

O Governo turco afirmou que, caso não receba garantias de que a Suécia e a Finlândia irão agir quanto ao apoio a grupos turcos – que Recep Tayyip Erdogan considera “organizações terroristas” -, está preparado para adiar a entrada desses países na NATO por mais um ano.

“Se não resolvermos estas questões antes de Madrid, corremos o risco de congelar o processo”, referiu na terça-feira a primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin.

Ao Guardian, o deputado turco Akif Çagatay Kiliç, do Partido da Justiça e Desenvolvimento (no poder), afirmou que “esta é uma questão de interesse nacional” e que a Turquia está preparada “para impedir a adesão por um ano, se necessário”.

A Turquia “é o segundo maior exército da NATO e tem fornecido os drones que ajudam a Ucrânia a defender-se. Merecemos mais respeito”, continuou.

“O que é que [a Suécia e a Finlândia] vão fazer? Têm dado abrigo a organizações terroristas que matam o meu povo, desrespeitam as minhas fronteiras, representam uma ameaça à existência do meu país”, disse. “A única coisa que exigimos é que não existam distinções. Uma organização terrorista é uma organização terrorista”, frisou.

Erdogan considera que os dois países, em particular a Suécia, protegem terroristas ao acolher curdos ligados ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e às Unidades de Defesa do Povo (YPG). Além disso, ambos proibiram a exportação de armas para Ancara devido às ofensivas militares turcas na Síria em 2019.

No final de maio, o Presidente turco acusou a Suécia e a Finlândia de não levarem a sério as negociações com a Turquia. Desde então, esses países têm sublinhado a importância do combate ao terrorismo e considerado a possibilidade de retomar a venda de armas à Turquia.

Um relatório para a política externa da Suécia, divulgado na sexta-feira, refere legislação antiterrorismo mais dura, que deverá entrar em vigor a 01 de julho e que permitirá aos serviços secretos suecos uma maior autonomia para monitorizar as comunicações de suspeitos associados a grupos terroristas.

Contudo, Erdogan pretende ainda a deportação de ativistas curdos para a Turquia, o afastamento do ministro da Defesa sueco, Peter Hultqvist, e o corte de relações com a administração autónoma curda na Síria, apoiada pelos Estados Unidos.

ZAP //

4 Comments

  1. a Turquia esta a proceder muito bem, no fundo ao impedir a entrada desses 2 paises para a nato, está a dar uma mão ao mundo, para evitar uma 3 guerra mundial, pois é sabido que é a Nato que se está aproximar das fronteiras da Russia e não o inverso. Ao impedir isso está a proteger todos os europeus dos horrores duma guerra, que infelizmente os nossos dirigentes parecem não reparar nem se importar em nome dum não sei porquê. A suecia e a finlandia e até a Ucrania, devem manter-se neutrais criando um tampão entre as forças da Nato e da Russia. Infelizmente a Nato tem um secretario que sendo uma marioneta, está mais que pronto para lançar todos os povos na fogueira da guerra…temos que ter cuidado com este tipo de dirigentes. Por isso, o meu apoio ao presidente da Turquia. Este está a ver o filme completo… Assim como a França. o resto são sá figurinos que não valem nada

    • E para que é que queremos um regime ditatorial e corrupto como o da rússia a alastrar-se por aí. Um país cheio de oligarcas, cheio de homens mais ricos do mundo que nem se sabe de onde veio o dinheiro deles. A rússia já está a impor o seu regime a alguns países à sua volta como é o caso agora da Ucrânia. A rússia é que é uma ameaça.

  2. Os turcos sempre foram um pouco problemáiticos em tudo e ainda querem impor as problemas internos deles a outros países que não tem culpa das divergências e racismos internos que eles tem. Vinha agora cá a Turquia dizer a Portugal que não podiamos dar refugio a curdos……….

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