Turquia em luto festejou durante uns minutos – perante uma portuguesa frágil

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Tolga Bozoglu/EPA

Tugba Danismaz emocionada nos Europeus de atletismo

Portugal novamente no pódio dos Europeus de atletismo, ao lado de… Turquia e Ucrânia. Momentos emocionantes em Istambul.

A Turquia é o país anfitrião dos Europeus de atletismo de pista coberta deste ano.

O evento começou menos de um mês depois do maior sismo do século na região, e um dos maiores de sempre, que afectou precisamente a Turquia e ainda a Síria.

Este domingo, último dia dos Europeus, começou com lágrimas. Muitas lágrimas.

Logo pela manhã, Tuğba Danışmaz cantou (ou tentou cantar) o hino da Turquia. Há algum tempo que não se via um momento tão forte num pódio de grandes competições desportivas.

A turca Tuğba Danışmaz venceu na noite passada o concurso feminino do triplo salto. Logo no primeiro salto chegou aos 14,31 metros. Os quatro saltos nulos não a impediram de chegar à medalha de ouro.

Festa nas bancadas. Os turcos sorriram durante aqueles momentos. E a própria atleta, emocionada, estava em lágrimas ao preparar-se para o último salto. Chegou a parecer que nem ia saltar – e na verdade nem saltou, limitou-se a correr pela areia. Não conseguiu concentrar-se.

Ao seu lado no pódio estava a bandeira de Itália, mas com uma atleta que nasceu na Ucrânia, outro país em sofrimento. Dariya Derkach atingiu 14,20 metros no segundo salto, numa prova regular, e ficou com a medalha de prata.

A medalha de bronze vem para Portugal. Patrícia Mamona saltou 14,16 metros logo no primeiro salto e ficou no terceiro lugar. Teve dois saltos nulos e outras duas tentativas a rondar os 14 metros. Mamona tinha conseguido a melhor marca na qualificação (14,09m), o mesmo registo da vencedora Danışmaz, no dia anterior.

Patrícia Mamona não conseguiu repetir o título de 2021, na Polónia. Mas estava feliz com o seu terceiro lugar, porque estava lesionada e nem sabia se ia saltar na final.

“Tenho de estar feliz porque, até hoje, não sabia se vinha competir. Infelizmente, lesionei-me ontem na qualificação. Não tinha dito para não alarmar. Agora estou com muitas dores, mas foi no adutor e agora estou a sentir o joelho, o que é normal, mas eu lutei até ao fim”, contou a multi-campeã.

Portugal tem três medalhas: duas de ouro e uma de bronze. Na tabela oficial está no segundo lugar, atrás da Itália: duas de ouro e duas de prata.

A “culpa” desta liderança italiana é dos 60 metros masculinos. Há um novo sprinter italiano no topo do mundo. Chama-se Samuele Ceccarelli e venceu a prova na noite passada, superando o campeão olímpico dos 100 metros, o também italiano Lamont Marcell Jacobs.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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