Discussão sobre intervenção militar paira na Administração do presidente eleito, confessam 6 fontes republicanas à revista Rolling Stone, que garantem que Trump concordou com uma invasão secreta e “não teatral”.
A futura administração de Donald Trump, que assumirá o poder em janeiro, discute uma possível intervenção militar no México como parte de uma alegada estratégia para combater os cartéis de droga.
A ideia, que parecia irrealista no passado, começa a ganhar apoio entre os republicanos, avança a revista Rolling Stone esta quarta-feira, depois de falar com 6 republicanos que terão discutido o assunto com o novo líder dos Estados Unidos.
“Até que ponto devemos invadir o México?“, diz um membro sénior da transição de Trump, fonte citada pela revista: “essa é a questão.”
Outra fonte próxima de Trump descreve à revista aquilo a que apelida de uma “invasão suave” do México, com o envio secreto de forças especiais americanas para assassinar os líderes dos cartéis mexicanos, em vez do destacamento “teatral” de tropas para o país vizinho. Trump terá aceitado este plano preliminar em conversas privadas este ano, avança ainda o artigo da Stone.
“Se as coisas não mudarem, o Presidente continua a acreditar que é necessário tomar algum tipo de ação militar contra estes assassinos”, sublinha a fonte.
Embora Trump ainda não tenha tomado uma decisão definitiva, fontes próximas indicam que o Presidente eleito considera várias outras opções militares, desde ataques aéreos e com drones, guerra cibernética contra as redes de tráfico e ações de campo, como rusgas.
Trump já havia sugerido, durante o seu primeiro mandato, a destruição de laboratórios de droga mexicanos, incluindo o uso de forças armadas americanas em missões secretas. Mais recentemente, em reuniões privadas com aliados e congressistas, teria alertado que, caso reeleito, pressionaria o Governo mexicano a tomar medidas drásticas contra a entrada de opióides nos Estados Unidos, como o fentanil.
Mas não é só Trump: diversos membros do círculo de Trump têm defendido ações militares contra os narcotraficantes mexicanos.
Marco Rubio, futuro secretário de Estado, apoia o envio de tropas americanas, desde que em colaboração com o Governo e as forças armadas mexicanas. Pete Hegseth, próximo chefe do Pentágono, sugeriu ataques de precisão para intimidar os líderes do narcotráfico, combinados com um reforço na segurança fronteiriça. A proposta tem ainda o apoio de figuras como Scott Bessent, nomeado secretário do Tesouro, e Mike Waltz, futuro conselheiro de segurança nacional.
Só a proposta de Rubio faz sentido, as outras hipóteses demonstram prepotência e total falta de respeito por uma nação vizinha – o que não é propriamente novo nos americanos.
Não me parece que o governo mexicano aceite operações para assassinar cidadãos seus, mesmo que criminosos.
A revista Rolling Stone não tem qualquer credibilidade em assuntos que não se relacionem com música. E mesmo quanto a esta já conheceu melhores dias…