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Chegaram sem avisar: traduções IA nos livros vendidos em Portugal

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Há centenas de milhares de exemplares de clássicos a circular em Portugal. Nenhum foi traduzido por uma pessoa.

As traduções por Inteligência Artificial (IA) chegaram a Portugal sem se fazer anunciar.

O aviso é dado publicamente por Francisco Vale, da editora Relógio D’Água, no Facebook.

Já há centenas de milhares de clássicos, comercializados em Portugal, que foram traduzidos através de programas de IA, como ChatGPT ou DeepL.

Mais: não há aviso. No livro não surge qualquer indicação de que o livro foi traduzido por um programa. Há ignorância, indiferença e alheamento (escritores, tradutores, jornalistas e a própria Sociedade Portuguesa de Autores), queixa-se Francisco.

O editor e tradutor avisa que este método está a provocar “uma acentuada regressão editorial” porque o resultado é este: “traduções primárias, insípidas, insensíveis a contextos e subtilezas linguísticas, que tendem a sobrepor-se a textos de enorme qualidade” elaborados nas últimas décadas por vários portugueses (pessoas, diga-se).

“O próprio ChatGPT, que se afirma capaz de traduzir Guerra e Paz do russo para português, reconhece a sua incapacidade para elaborar uma obra literária significativa”, lembra o editor.

As traduções dos clássicos têm sempre aspectos criativos. Não são apenas “um jogo de correspondências mais ou menos lineares entre diferentes línguas”.

Os programas IA geram textos que são “o agregado de todos os textos que digerem, indo muitas vezes buscar soluções a tradutores humanos sem que o rasto dessa utilização ou plágio seja controlado”.

Mas, agora, há tradutores que “aceitam tudo o que lhes é oferecido nessas parcerias, feitas em geral através dos seus serviços comerciais e perante a desatenção das direcções editoriais”.

Francisco Vale tem noção de que a tradução automática pode ajudar em partes da tradução – mas isso deve ser indicado nas fichas técnicas.

A Book Cover Editora, acusa Francisco, destaca-se neste sistema: vende  centenas de clássicos de diversas línguas por 5 euros. Com a ajuda de uma alegada Lúcia Nogueira… que será uma tradutora que só utiliza programas IA. E o resultado são “inumerosas gralhas, erros ortográficos e gramaticais, confusão de Acordos, termos brasileiros e outras incongruências.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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1 Comment

  1. É preciso averiguar se o Sector Editorial e Livreiro está capturado pela Maçonaria ou outras sociedades secretas, pois a degradação e controle da Literatura e edição de Livros em Portugal é por demais evidente.
    O Estado Novo foi um período extraordinário no que toca aos livros, edições, e traduções, que apareciam e eram elaborados com grande profissionalismo, qualidade, arte, e bom-gosto; criavam-se postos de trabalho neste sector existindo mais liberdade nessa época para escrever, traduzir, e editar, sem esquecer que se lia muito mais nessa altura do que depois do golpe de Estado de 25 de Abril de 1974.

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