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Indivíduos com traços sombrios de personalidade conseguem sentir empatia (só não querem)

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(dr) Lucasfilm

Um novo estudo sugere que indivíduos com altos níveis de psicopatia, narcisismo e maquiavelismo não apresentam a capacidade de sentir empatia prejudicada.

Ainda assim, estes indivíduos com altos níveis de psicopatia, narcisismo e maquiavelismo – conhecidos como a “tríade negra” dos traços de personalidade – não estão inclinados a usar esta habilidade, de acordo com o novo artigo científico publicado no final de novembro na Personality and Individual Differences.

Petri Kajonius, autor do artigo e professor na University West, na Suécia, afirmou que “parece haver muitos mal-entendidos em relação aos psicopatas ‘normais'”. “Às vezes, psicopatas (pessoas com traços sombrios) são encarados como pessoas insensíveis, não sendo capazes de simpatizar com os outros, enquanto outras pessoas são encaradas como totalmente funcionais neste sentido, simplesmente não se importam.”

Para desfazer estes mal-entendidos, a equipa de investigadores levou a cabo um estudo, no qual participaram 278 pessoas. Os cientistas observaram que os traços de personalidade sombria estavam negativamente relacionados à disposição de simpatizar – ou seja, não tinham qualquer relação com esta capacidade.

As pessoas que obtiveram alta pontuação em algumas das características da “tríade negra” tendem a concordar com afirmações como “os infortúnios de outras pessoas geralmente não me incomodam muito”.

No entanto, os traços da “tríade negra” não estavam relacionados às pontuações do Teste de Empatia Multifacetada, no qual os participantes observaram fotografias de pessoas a expressar emoções diferentes. Neste teste, os participantes tinham de identificar que sentimento a pessoa na imagem estava a exprimir.

“Os resultados mostram que, predominantemente, pessoas com traços sombrios não têm falta de capacidade de empatia, mas têm baixa disposição em fazê-lo“, concluiu Kajonius, citado pelo PsyPost.

Por outras palavras, os psicopatas ou narcisistas da população – isto é, não clínicos – não se importam com os sentimentos das outras pessoas, mas têm a capacidade de simpatizar com elas.

Ainda assim, este estudo tem algumas limitações. “Os resultados não nos informam sobre amostras clínicas (pessoas diagnosticadas com psicopatia ou narcisismo). Essas pessoas podem mesmo não ter a capacidade de ter empatia. Além disso, o estudo baseia-se numa amostra bastante pequena”, disse Kajonius.

ZAP //

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