Muitas espécies de mamíferos vão desaparecer nos próximos 50 anos se nada for feito pela sua conservação, e a natureza poderá demorar três a cinco milhões de anos a recuperar essa perda. A evolução das espécies não está a conseguir acompanhar as extinções em massa.
Uma equipa de cientistas das universidades de Aarhus, na Dinamarca, e de Gotemburgo, na Suécia, chegou a esta conclusão a partir de simulações computacionais sobre a evolução das espécies e de dados sobre a evolução das relações e do tamanho das espécies de mamíferos sobreviventes e extintas.
De acordo com o estudo, publicado nesta segunda-feira na revista PNAS, a evolução das espécies não está a acompanhar o ritmo a que as espécies estão a desaparecer.
Os cientistas estimam que serão necessários cinco a sete milhões de anos para que a biodiversidade entre os mamíferos volte aos patamares anteriores à evolução dos homens modernos, isto se, ressalvam, em geral, os mamíferos se diversificarem a uma taxa considerada normal.
Num cenário mais otimista, em que os humanos deixam de destruir os habitats naturais, serão precisos três a cinco milhões de anos para os mamíferos se diversificarem o suficiente para regenerarem os ramos da árvore da sua evolução que os cientistas estimam virem a perder-se nos próximos 50 anos.
Espécies de mamíferos “criticamente em perigo”, como o rinoceronte-negro, nativo de África, estão em risco elevado de desaparecer dentro de cinco décadas, advertem, realçando que, tal como no passado, muitas espécies poderão extinguir-se sem deixar um “parente” próximo que dê continuidade à linhagem.
A União Internacional para a Conservação da Natureza, citada pelo Science Alert, prevê que 99,9% das espécies “criticamente em perigo” e 67% espécies em risco de extinção serão perdidas nos próximos 100 anos.
O portal de Ciência nota ainda que as cinco extinções em massa registadas nos últimos 450 milhões de anos deveram-se a desastres naturais no entanto, agora o cenário é diferente – é a atividade humana que está a dizimar espécies de mamíferos.
Os investigadores salientam ainda que a sua análise poderá ser usada para priorizar a conservação de diferentes espécies ameaçadas de extinção.
ZAP // Lusa / Science Alert