Fenómeno rural: Suicídio aumenta no interior do país

O número de suicídios é cada vez maior nas regiões do interior do país. Investigadores falam num fenómeno de “ruralização”.

Um estudo recente, assinado por quatro investigadores do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Coimbra, analisou 36 anos de suicídios em Portugal e concluiu que o suicídio é cada vez mais comum no interior do país do que no litoral.

O Alentejo foi, durante décadas, a região com mais mortes autoinfligidas. No entanto, a investigação mostra que foi apanhada por concelhos rurais do Algarve, Centro e Trás-os-Montes. Os investigadores analisaram números de 1980 a 2015, que equivale a cerca de 31 mil mortes.

Por outro lado, os municípios da Área Metropolitana de Lisboa “passaram a ter valores significativamente baixos de mortalidade por suicídio”. Em anos anteriores, havia regiões de risco nesta área do litoral.

Paula Santana disse, em entrevista à TSF, que o risco de suicídio se agravou ao longo dos anos nos espaços rurais e que esse agravamento foi mais acentuado nos anos de crise.

A “ruralização do fenómeno suicidário “é potenciado por causas como o isolamento social, falta de dinamismo social e económico, envelhecimento da população e o menor acesso a bens e serviços, como cuidados de saúde e apoio social.

Além disso, o trabalho acrescenta que “os territórios rurais têm, tradicionalmente, maior estigma em relação à doença mental” e um acesso mais facilitado a armas.

ZAP //

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