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SL Benfica 0 – 0 Vitória SC | “Águia” deprimida aprofunda crise

O Benfica voltou a tropeçar e, com o empate a zero desta sexta-feira na recepção ao Vitória de Guimarães, num duelo a contar para a 17ª jornada do campeonato, voltou a dar mais um passo atrás.

Com este resultado, as “águias” “deixaram” o SC Braga isolar-se no terceiro lugar, agora com mais dois pontos, não aproveitaram o percalço do FC Porto no Jamor e ainda viram o Sporting vencer o Marítimo. Os “leões” têm agora mais 11 pontos do que os “encarnados”.

O jogo explicado em números

  • Ainda sem Jorge Jesus no banco (continua a recuperar depois de ter testado positivo à Covid-19), as “águias” apresentaram-se com asas renovadas: Taarabt, Seferovic e Everton “Cebolinha” foram titulares, ocupando as vagas de Jardel, Rafa (ambos por lesão) e Darwin (opção), que tinham sido opções no desaire em Alvalade. Do lado dos “conquistadores”, que na última ronda derrotaram o Marítimo, Suliman, Wakaso e Rochinha deixaram a equipa inicial, sendo substituídos por Jorge Fernandes, Miguel Luís e Rúben Lameiras, respectivamente.
  • Quando aos oito minutos Vertonghen cabeceou com perigo e obrigou Trmal a uma defesa atenta e decisiva, já os “encarnados” dominavam o encontro. Fruto de uma pressão alta bem urdida, recuperavam a bola com alguma facilidade e aproximavam-se da área contrária. Dois minutos volvidos, o guardião checo voltou a intervir defendendo um “tiro” de Seferovic.
  • O Benfica tinha nove remates, três dos quais enquadrados, 70% da posse, um canto e 151 passes feitos (eficácia de 84%). Ao passo que os vimaranenses tinham um remate desenquadrado, 30% da posse do esférico e 72 passes trocados (eficácia de 71%).
  • À beira da meia-hora, André André evitou males maiores para a sua equipa, numa fase em que os benfiquistas voltavam a carregar em busca da vantagem, amealhando já 13 remates (três no alvo) e 67% da pose, face a uma única tentativa dos visitantes. Trmal, com três intervenções, era o jogador com melhor avaliação – 6.4. Gilberto, com quatro passes para finalização, quatro passes valiosos, uma ocasião flagrante gizada e 36 acções com a bola, era o elemento dos da casa em destaque – 6.3.
  • Em cima do período de descanso, Mumin “defendeu” um remate de Pizzi e, na sequência, Seferovic cabeceou com as coordenadas erradas. Foram as últimas acções dos lisboetas na etapa inicial.
  • Intervalo Ora por ineficácia, ora por mérito dos defensores vitorianos, a verdade é que o Benfica não conseguiu ultrapassar a última barreira contrária e chegou ao intervalo a empatar a zero. Os vice-campeões nacionais estiveram mais afoitos e incisivos comparativamente às últimas jornadas – seis acções defensivas no meio-campo contrário, 32 acções na área forasteira -, mas voltaram a pecar no momento da definição final – ao todo foram 16 finalizações. Por seu turno, os homens de João Henriques apenas numa ocasião lograram ter um remate. Ao cabo dos primeiros 45 minutos de acção, Gilberto era o MVP com um GoalPoint Rating de 6.8. O lateral-direito brasileiro esteve activo no corredor, tendo concluído esta metade com cinco passes para finalização, seis passes valiosos, cinco cruzamentos e duas acções com a bola na área minhota.
  • Já com Darwin em cena, que substituiu Everton, e Pepelu, que ocupou o lugar de Miguel Luís, Vertonghen voltou a surgir na área, falhando boa ocasião para abrir a contagem aos 58 minutos. Foi o 19º remate do Benfica, o terceiro nesta segunda parte. Os vimaranenses ripostaram e valeu o corte de Otamendi, a negar que Estupiñán ficasse isolado. 
  • À passagem do minuto 69, Gilberto cruzou com precisão e Gonçalo Ramos, que tinha entrado minutos antes para o lugar de Seferovic, cabeceou ao lado. Depois, a trivela de Quaresma saiu também ao lado. Foi o remate número 20 das “águias”, que tinham mais 17 tiros do que os “conquistadores”. 
  • Já em período de descontos, Pedrinho desperdiçou uma oportunidade do tamanho do Estádio Luz e atirou a bola para as bancadas. Dos 23 remates “encarnados”, apenas cinco foram enquadrados à baliza de Trmal. O V. Guimarães respondeu e Edwards, que tinha ameaçado segundos antes, ficou a centímetros de abrir o activo. 
  • Nas últimas seis jornadas da Liga NOS, o Benfica – que tinha vencido os vitorianos nas últimas 11 recepções – soma apenas uma vitória e não ganha na prova há quatro duelos consecutivos. A equipa de JJ está longe de jogar “o triplo”, o título é cada vez mais um sonho adiado e até a presença na Liga dos Campeões na próxima época começa a estar em perigo. O Vitória SC continua sem sofrer derrotas fora de portas e não soma desaires há cinco jornadas, contabilizando dois empates e três triunfos.

José Sena Goulão / EPA

Jogo entre SL Benfica e Vitória SC

O melhor em campo GoalPoint

Gilberto terminou o jogo em esforço, após mais uma partida em óptimo plano. As críticas iniciais de que foi alvo começam a fazer parte do passado. Esta sexta-feira esteve envolvido em quase todas as jogadas perigosas dos “encarnados”, tendo realizado seis passes para finalização, sete passes valiosos, oito cruzamentos, quatro acções com a bola dentro da área do Vitória e foi quem mais teve acções com o esférico: 112. A defender, contabilizou quatro desarmes e bloqueou dois passes. Por tudo isto, foi o melhor jogador, com um GoalPoint Rating de 7.4.

Jogadores em Foco

  • Cervi 7.0 – De dispensável a peça importante. Em apenas poucas semanas, o argentino transformou o destino na Luz e tem justificado a recente aposta com boas exibições. Neste duelo, gizou dois passes para finalização, acertou três dos quatro dribles que fez, tendo ainda ajudando a defender com três acções no meio-campo adversário e quatro desarmes.
  • Weigl 6.7 – Nesta fase não há discussão, o alemão é o dono da posição “6”, tendo feito cinco passes longos certos, 96 acções com o esférico, apenas seis passes falhados em 77 – 92% de eficácia – e oito recuperações de bola.
  • Grimaldo 6.6 – Bem protegido por Cervi, esteve seguro a defender e tentou alimentar o ataque, principalmente na etapa inicial. De realçar, os cinco passes para finalização e quatro cruzamentos que fez.
  • Trmal 6.5 – Seguro e atento, o guardião checo justificou a aposta de João Henriques, que já poderia ter lançado Bruno Varela, após este último ter recuperado da Covid-19. As cinco intervenções realizadas foram a cereja no topo do bolo.
  • Taarabt 6.2 – O marroquino exibiu-se de forma consistente e foi importante na pressão que o Benfica exerceu sobre os vimaranenses, mormente na primeira parte. Ao todo realizou três remates, três passes valiosos, falhou apenas cinco dos 71 passes, tendo tido êxito em metade dos seis dribles tentados.
  • Mumin 5.5 – Depois de Tapsoba, o Vitória SC poderá ter aqui mais um defesa-central que poderá render muitos milhões. Rápido, com um sentido posicional assinalável e atento, não se fez de rogado perante Seferovic, Darwin e Gonçalo Ramos e cortou todos os lances perigosos que enfrentou. Foram 13 remates bloqueados, máximo no jogo.
  • Ricardo Quaresma 4.6 – Acordou apenas na segunda parte, tendo ainda tentado uma trivela que saiu ao lado. Fez dois passes para finalização e cinco valiosos, no entanto perdeu a bola em 20 ocasiões (máximo negativo) e acabou por sair frustrado aos 72 minutos.

Resumo

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