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Síndrome de coração partido pode estar associada a um maior risco de cancro

De acordo com um estudo recente, uma em cada seis pessoas com síndrome do coração partido tem cancro e menor probabilidade de sobreviver nos cinco anos seguintes ao diagnóstico.

A Miocardiopatia de Takotsubo, também conhecida como síndrome de coração partido, ocorre quando o coração não consegue bombear eficazmente o sangue, porque um dos ventrículos inchou temporariamente.

Segundo uma recente investigação, publicada na American Heart Association Report, esta síndrome pode estar relacionada com um aumento do risco de cancro.

Os investigadores notaram que, dos pacientes analisados, um em cada seis que sofriam da doença, com uma média de idades de 69,5 anos e uma esmagadora maioria (87,6%) do sexo feminino, também tinham cancro. O tipo mais frequente era o cancro de mama, seguido de tumores no sistema gastrointestinal, nas vias respiratórias, órgãos sexuais internos ou pele.

Em doentes com ambas as patologias, era menos provável que a origem da síndrome fosse o desgaste emocional (apenas 18% comparativamente com 30% em doentes sem cancro). Na maioria das vezes (47,9%), tinha sido provocado por uma intervenção médica ou um trauma físico.

Além disso, destaca a Visão, os pacientes com síndrome de coração partido e cancro tinham maior probabilidade de morrer ou necessitar de apoio cardiovascular e respiratório nos cinco anos seguintes ao diagnóstico.

Christian Templin, coordenador do estudo e diretor da ala de Cardiologia de Intervenção dos Laboratórios Andreas Grüntzig Heart Catheterization, no Hospital Universitário de Zurique, Suíça, afirma que “pacientes com síndrome do coração partido podem beneficiar se forem examinados para detetar a existência de cancro, de forma a melhorar a sua capacidade de sobrevivência”.

“O nosso estudo também deve contribuir para a consciencialização de oncologistas e hematologistas para que a síndrome do coração partido seja considerada em doentes submetidos ao diagnóstico ou ao tratamento de um cancro, que sofram de dores no peito, falta de ar ou anomalias nos eletrocardiogramas”, acrescentou o investigador.

Ainda assim, este estudo foi insuficiente para analisar a influência dos tratamentos oncológicos para a esperança de vida mais baixa.

O mecanismo pelo qual a malignidade e o tratamento do cancro podem promover o desenvolvimento da síndrome do coração partido deve ser explorado, e as nossas descobertas fornecem uma razão adicional para investigar os potenciais efeitos cardiotóxicos da quimioterapia”, concluiu Templin.

ZAP //

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