O Serviço de Informações e Segurança (SIS) monitoriza Igor Khashin, o russo que estava a receber ucranianos na Câmara de Setúbal, desde 2014.
Refugiados ucranianos foram recebidos por russos pró-Putin na Câmara Municipal de Setúbal. A Câmara de Setúbal, presidida por André Martins, da CDU, criou a Linha Municipal de Apoio aos Refugiados (LIMAR). Há um mês já tinha atendido 160 ucranianos.
Em causa estão Igor Khashin, um dos líderes da comunidade russa em Portugal, e a sua esposa, Yulia Khashina, funcionária da câmara setubalense. Khasin não desempenha qualquer função na Câmara.
De acordo com o Expresso, Igor Khashin já é monitorizado pelo Serviço de Informações e Segurança (SIS) desde 2014, depois da anexação da Crimeia.
“Igor Khashin era mais do que conhecido pelos serviços de informações. Estava identificado e sob observação dos serviços, que não fazem investigação criminal mas enviam relatórios”, confirmou uma fonte próxima do Governo e da Assembleia da República.
O SIS é responsável por missões de contraespionagem, que acompanham, entre outras coisas, as movimentações de russos em Portugal. No entanto, não existe nenhuma investigação de foro criminal na PJ ou no Ministério Público quanto às atividades de Khashin.
Igor Khashin foi sempre próximo da Embaixada da Rússia, de onde o Governo expulsou dez funcionários por “atividades contrárias à segurança nacional”.
Nos sites da Ruskyi Mir e da Rossotrudnichestvo, instituições estatais de propaganda russa, são feitas referências a Khashin, que entretanto foram apagadas. Uma fonte da comunidade das informações com experiência na Rússia disse ao Expresso que estas instituições podem servir de cobertura a elementos dos serviços secretos.
Estas organizações financiam também associações como as de Khashin, líder da Associação dos Emigrantes de Leste (Edintsvo), subsidiada até março passado pela Câmara de Setúbal.