Os Serviços de Inteligência da China estarão a tentar recrutar funcionários norte-americanos que foram despedidos pela administração de Donald Trump, incluindo agentes do FBI e antigos militares.
É o Centro Nacional de Contra-Inteligência e Segurança (CNCIS) dos EUA, em conjunto com o FBI e o serviço de contra-espionagem do Pentágono, que faz o alerta, realçando que as secretas chinesas estarão a recorrer a “métodos enganosos” para recrutar ex-funcionários do Governo dos EUA.
O aviso foi lançado nesta semana, num comunicado a que o jornal The New York Times (NYT) teve acesso. O CNCIS realça que “agências estrangeiras estão a fazer-se passar por empresas de consultoria, grupos de reflexão e outras organizações para se ligarem a antigos funcionários do governo”.
Entre os métodos de recrutamento utilizados estarão ofertas de salários desproporcionalmente altos e de condições de trabalho flexíveis. E
algumas das ofertas até podem parecer provenientes de empresas norte-americanas.
Despedimentos do DOGE são “oportunidade” para a China
A China encara os despedimentos promovidos pelo Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), sob a batuta de Elon Musk, como “uma oportunidade”, vinca o NYT.
Até porque os funcionários despedidos podem ser especialmente vulneráveis, seja por precisarem de trabalho, seja por se encontrarem revoltados com a forma como perderam os seus empregos.
Entre os alvos das secretas chinesas estarão agentes despedidos do FBI e oficiais militares que se retiraram.
Mas os actuais funcionários federais também “devem ter cuidado com abordagens virtuais e compreender as potenciais consequências” que podem implicar, alerta ainda o CNCIS.
O Centro avisa em particular os ex-funcionários que tinham autorizações de segurança especiais, recordando-lhes que têm a “obrigação legal de proteger a informação classificada” a que tinham acesso, mesmo depois de terem deixado funções.
Secretas chinesas recrutam nas redes sociais
As autoridades norte-americanas já tinham alertado que a China usa as redes sociais para recrutar pessoas, nomeadamente com publicações a desafiar investigadores despedidos por institutos públicos norte-americanos na área da saúde, para “continuarem a desenvolver a sua carreira” em Shenzhen.
O novo alerta do Centro de Contra-Inteligência norte-americano nota que os serviços secretos chineses começam por oferecer “pequenas quantias por trabalhos de investigação inócuos“.
Mas, com o tempo, passam a fazer solicitações que envolvem matérias mais sensíveis.
Em Março passado, a CNN tinha noticiado que a China e a Rússia ordenaram aos respectivos serviços secretos para intensificarem o recrutamento de funcionários federais norte-americanos envolvidos em áreas da Segurança Nacional.
Juntemos a isto o desinvestimento em educação, ciência e investigação – que vai forçar a emigração de cérebros para Europa e China. Parece-me que o futuro da América, a médio/longo prazo, está comprometido.
Saiba a Europa aproveitar a oportunidade…