DLR German Aerospace Center / Flickr
eROSITA, sistema desenvolvido para o telescópio Spektrum-Röntgen-Gamma (Spektr-RG)
A agência espacial da Rússia, Roscosmos, informou que voltará a ligar, sem aprovação da Alemanha, o telescópio russo-alemão Spektrum-Röntgen-Gamma (Spektr-RG), colocado em modo de segurança após Berlim interromper esta colaboração, na sequência da invasão da Ucrânia.
De acordo com um artigo do Deutsche Welle, a Alemanha decidiu colocar o telescópio em modo de segurança em protesto contra a guerra na Ucrânia. O telescópio está em órbita desde 2019, através de uma colaboração entre a Roscosmos e a agência espacial alemã, DLR.
O Spektr-RG, com cerca de de 1,2 toneladas, está atualmente localizado a 1,5 milhões de quilómetros da Terra, tendo sido projetado para detetar e observar aglomerados de galáxias e buracos negros supermassivos.
A Roscosmos construiu o Spektr-RG, enquanto o Instituto Max Planck de Física Extraterrestre, da Alemanha, projetou e fabricou o principal instrumento do observatório – o eROSITA. Após o lançamento, este fez as suas primeiras observações no fim de 2019.
Antes de ter sido colocado em modo de segurança, o eROSITA havia realizado quatro das oito pesquisas previstas.
Spektr-RG e indústria espacial da Rússia isoladas
O diretor da Roscosmos, Dmitry Rogozin, aliado do Presidente russo Vladimir Putin, afirmou recentemente: “Dei instruções para que se comece a trabalhar na restauração da operação do telescópio alemão no sistema Spektr-RG, para que este trabalhe em conjunto com o telescópio russo”.
“Eles [responsáveis pela decisão de desligar o telescópio] não têm o direito moral de interromper uma pesquisa para a humanidade só porque as suas visões pró-fascistas estão próximas dos nossos inimigos”, acrescentou.
As autoridades alemãs responderam que reiniciar o instrumento sem a sua autorização e colaboração pode causar sérios danos ao telescópio.
Rogozin sugeriu igualmente que a Estação Espacial Internacional poderia desabar sobre a Europa devido às sanções impostas pelos governos ocidentais à indústria espacial russa – cada vez mais isolada, tal como o telescópio Spektr-RG, que pode cair em desuso.
