Rússia testa mísseis nucleares à porta da UE (após ameaçar com tsunami que “afogaria” Reino Unido)

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Sebastian Derungs / swiss-image.ch / World Economic Forum

Vladimir Putin, presidente da Rússia

O exército russo realizou exercícios militares onde simulou o disparo de mísseis nucleares junto à fronteira com a União Europeia (UE). Isto depois de a televisão estatal ter mostrado como um torpedo nuclear pode “apagar” o Reino Unido do mapa.

As manobras militares russas no enclave russo de Kaliningrado, no mar Báltico, entre a Polónia e a Lituânia, países membros da UE, consistiram numa simulação de “lançamentos electrónicos” de sistemas de mísseis balísticos móveis Iskander, com capacidade nuclear, segundo revelou o Ministério da Defesa da Rússia.

Em comunicado, este Ministério referiu que as forças russas realizaram ataques únicos e múltiplos contra alvos que simulavam zonas de lançamento de sistemas de mísseis, aeródromos, infraestruturas protegidas, equipamento militar e postos de comando de um inimigo fictício.

Após terem efectuado os disparos “electrónicos”, os militares realizaram uma manobra de mudança de posição, de forma a evitar “um possível ataque de retaliação”, avançou o mesmo órgão russo.

As unidades de combate também praticavam “operações em condições de radiação e contaminação química“, apontou ainda o Ministério da Defesa da Rússia.

O exercício militar envolveu mais de 100 soldados, acrescentou Moscovo.

Logo após a invasão da Ucrânia, a Rússia colocou as suas forças nucleares em estado de alerta. O presidente russo, Vladimir Putin, tem ameaçado retaliar de forma incisiva contra países “inimigos” que possam vir a intervir no conflito em território ucraniano.

“Afogar” o Reino Unido com um tsunami nuclear

Nos últimos dias, a televisão estatal russa tem abordado a questão do uso de armas nucleares. Vários cenários têm sido traçados, incluindo o uso do torpedo russo Poseidon.

No horário nobre da televisão estatal russa, Channel One, no passado domingo, o apresentador Dmitry Kiselyov mostrou como este drone subaquático poderia “afogar” o Reino Unido numa onda radioactiva que apagaria o país do mapa com um tsunami nuclear.

Kiselyov notou ainda que este ataque seria uma possibilidade em caso de retaliação pelo apoio britânico à Ucrânia.

Este torpedo Poseidon é conhecido como “Status-6” ou “Kanyon” e é “um torpedo autónomo muito grande, movido a energia nuclear, armado com uma ogiva nuclear“, como explicam especialistas à Euronews.

Tem cerca de 20 metros de comprimento e pode atingir 1000 metros de profundidade, com um alcance de pelo menos 10.000 quilómetros, como notam esses mesmos especialistas.

Mas as capacidades desta arma que pode ainda estar em desenvolvimento são um mistério. O seu maior potencial estará na capacidade de operar a baixas profundidades e de forma muito rápida debaixo do mar, pelo que será muito difícil de interceptar.

Ameaça elevada da Rússia, mas também da China

A ameaça nuclear tem estado latente depois do início da guerra na Ucrânia, até porque Putin colocou as forças nucleares russas em alerta.

O almirante norte-americano Charles Richard, chefe do Comando Estratégico dos EUA que supervisiona o arsenal nuclear, alertou o Congresso, nesta quarta-feira, que existe um risco elevado em termos nucleares, não só quanto à Rússia, mas também relativamente à China.

“A guerra na Ucrânia e a trajectória nuclear da China demonstram que temos uma lacuna de dissuasão e de garantia com base na ameaça limitada de utilização nuclear”, alertou Richard numa intervenção no Conselho de Armas Nucleares, no âmbito da Subcomissão do Senado dos EUA para as Forças Estratégicas das Forças Armadas, como cita o site especializado em defesa Defense News.

O mundo não enfrentava “uma crise como a invasão da Ucrânia pela Rússia há mais de 30 anos“, acrescentou o almirante, notando que Putin “invadiu simultaneamente uma nação soberana enquanto usava ameaças nucleares veladas para impedir a intervenção dos EUA e da NATO”.

Enquanto isso, a China está a “observar a guerra na Ucrânia de perto e vai, provavelmente, usar a coerção nuclear em sua vantagem no futuro”, com o intuito de “reunificar Taiwan até 2027, se não antes”, alertou também Richard.

A defesa chinesa duplicou o seu stock nuclear nos últimos dois anos, de acordo com Richard que nota ainda que conseguiu “avanços significativos nos seus mísseis com capacidade nuclear lançados por ar e submarinos”.

ZAP // Lusa

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13 Comments

  1. lá diz o ditado ” Remédio de doido é doido e meio” começo a acreditar que com um Trump, e um Boris o Putin não teria tanto pio.

  2. Bases da OTAN às portas da Russia… Não são porventura perigosos os amigos americanos? Estão mesmo a pedi-las… Para onde nos vão levar com isto tudo é que eu não sei.

    • Peço desculpa, mas conhece o conceito de soberania? Imaginemos que o seu vizinho instalava uma piscina no seu (dele) quintal. O que é que a Senhora tem a ver com isso?

      • Como o Mexico não tem, nem pode ter, armas apontadas aos EUA a Ucrânia também não as pode ter em relação à Rússia. Nós no ocidente é que julgamos que sim, mentira.
        Mas a questão com a Ucrânia não é de agora, começou em 2014 quando esta se tornou uma colónia dos EUA por via de um golpe de estado financiado pelos EUA, até lá não tinham problemas com a Rússia.

  3. Tudo que o mal precisa para triunfar, é que os homens bons não façam nada!

    Edmund Burke

    São estes os tempos em que vivemos. Em que os homens bons, livres, ficam de braços cruzados enquanto um pais é selvaticamente destruído.

    E tudo porquê? Somos governados por políticos covardes e de quem é fácil animais como Putin se aproveitarem.

  4. No meio disto tudo aquilo que ainda me deixa algo descansado é ver as capacidades do temível e invencível exército russo.
    O mesmo exército que bombardeia inclementemente a siderurgia Azovstal há mais de um mês e continua sem lá conseguir entrar; o mesmo exército que tem Mariupol cercada desde o início da invasão e continua sem tomar a totalidade da cidade… O mesmo exército cujos tanques não param de explodir e os navios que parecem sofrer de um fenómeno de combustão espontânea….
    Extrapolando, os mísseis nem devem provavelmente sair dos silos… Ou então, qualquer dia teremos praias em Moscovo (quiçá para atracar o navio homónimo)…

  5. O momento que vivemos, deve ser motivo de reflexão para todos, quer estejam do lado da Russia ou do Ocidente.
    Não me lembro, nos tempos modernos, de tal situação de desiquilibrio, confiança e humanidade. Nem na segnda guerra mundial, a situação foi tão difícil de resolver. Porquê? Na segunda guerra, as armas usadas por todas as forças no litígio, eram convencionais. Quando os USA bombardearam o Japão com a bomba atómica, só eles a possuiam. Por isso o Japão se rendeu incondicionalmente.
    Hoje, muitos países possuem no seu arsenal armas nucleares poderosas, com capacidade de resposta quase imediata.
    Parece que a paz no Mundo está por um fio!
    O primeiro a disparar vai provocar um holocaustro e, penso, ninguém escapará.
    É bom que os responsáveis politicos do Mundo reflitam muito bem sobre o caminho a seguir. Uma guerra nuclear não terá vencedores. A Ucrânea tem sido atacada apenas com armas convencionais e está arrasada. Com um ataque nuclear tudo ficará arrasado mas também obliterado! Não sobrará nada para ver (se sobrar alguém) a não ser cinzas e radiação mortal.
    Há quem fale no apocalipse. Eu falarei em bom senso. Negociar, negociar, negociar é o único caminho a seguir.

  6. Os russos com as suas ameaças vão apelando cada vez mais ao reforço dos países da NATO e à entrada de outros na mesma organização e nem sequer se apercebem que também têm telhados de vidro!

  7. A estória repete-se, Stalin quando iniciou a revolução disse: camaradas temos que enforcar a burguesia e um deles disse-lhe, mas nós não temos a corda, Stalin respondeu-lhe , é a burguesia que nos vai dar. Comprar seja o que for a estes ditadores assassinos é o mesmo que lhes dar a corda pra enforcar o mundo .

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