O caso remonta a 2014, quando Andy Rubin, fundador do Android, saiu da Google. Contudo, na quinta-feira, foram reveladas as verdadeiras razões para o afastamento de Rubin da gigante tecnológica.
O que não se sabia até agora: Andy Rubin foi afastado depois de a Google ter investigado uma denúncia de assédio sexual feita por uma funcionária da empresa e de ter concluído que as acusações eram credíveis.
A mulher, com quem Rubin tinha um caso, disse que o criador do Android a forçou a realizar sexo oral num quarto de hotel em 2013. Rubin não foi, no entanto, despedido: saiu da empresa com uma compensação de 79 milhões de euros, revelou na quinta-feira o The New York Times.
Andy Rubin foi um dos três executivos que o Google protegeu na última década depois de serem acusados de má conduta sexual. Em dois casos, expulsou executivos seniores, mas suavizou o golpe, pagando-lhes milhões, apesar de não ter obrigação legal de o fazer. Num terceiro caso, o executivo permaneceu num cargo altamente remunerado.
O jornal norte-americano obteve documentos corporativos e judiciais e conversou com executivos e funcionários do Google, atuais e antigos. A maioria pediu para permanecer anónima, por estarem vinculados a acordos de confidencialidade ou temerem represálias por se manifestarem.
Em resposta ao The New York Times, Andy Rubin negou ter forçado a mulher em causa, acrescentando ainda que as acusações vinham da sua ex-mulher. “Estas falsas acusações fazem parte de uma campanha feita pela minha ex-mulher para me rebaixar durante o divórcio e batalha pela custódia”.
A reação da Google
Esta quinta-feira, após a publicação do artigo pelo jornal norte-americano, a gigante tecnológica enviou um comunicado a todos os funcionários da empresa. No documento, o responsável diz que nos últimos dois anos foram despedidas 48 pessoas, incluindo 13 executivos de topo, devido a denúncias de abuso sexual na empresa.
O presidente executivo da Google diz que “foi difícil” ler a história do New York Times e garante que a Google está empenhada em garantir “um ambiente de trabalho seguro e inclusivo”.
“Queremos assegurar-vos que investigamos todas as denúncias de abuso sexual ou conduta imprópria e estamos a agir para as resolver”, acrescentou o CEO da empresa, Sundar Pichai, citado pela BBC.
Também a vice-presidente de operações da Google, Eileen Naughton, fez a mesma garantia, dizendo que a empresa tem levado cada vez mais a sério o assédio. “Investigamos e tomamos medidas, incluindo o despedimento”, disse. “Nos últimos anos, adotámos uma postura particularmente rígida quanto à conduta inadequada de pessoas em posições de autoridade”.
O homem que vale 300 milhões de euros
Andy Rubin juntou-se à Google em 2005, quando a empresa adquiriu a Android por 44 milhões de euros. Nos anos seguintes, ajudou a desenvolver o Android, o software agora usado em 80% dos smartphones do mundo.
Rubin, que conheceu a mulher na Google, teve casos com outras mulheres da empresa enquanto estava casado, disseram quatro pessoas que trabalharam com o executivo.
Em 2011, Rubin teve um relacionamento consensual com uma mulher da equipa do Android. O departamento de recursos humanos não foi informado, apesar de as regras exigirem a divulgação dessa informação.
Rie Rubin, agora ex-mulher de Andy Rubin, alega que o marido teve vários casos com outras mulheres durante o casamento, pagando-lhes centenas de milhares de euros. O casal divorciou-se em agosto.
Em 2011, Rubin foi nomeado vice-presidente sénior da Google e começou a receber cerca de 18 milhões de euros por ano. Já em 2012, a gigante tecnológica emprestou 12 milhões a Rubin, com juros abaixo de 1%, para que este pudesse comprar uma propriedade de praia no Japão.
Na altura, Rubin iniciou uma relação com uma mulher que conheceu na Android. Em 2013, a amante queria terminar a relação, mas teve medo que isso pudesse afetar a sua carreira. Foi esta a mulher que alegou que Rubin a forçou a sexo oral num hotel.
A mulher esperou até 2014 antes de apresentar queixa ao departamento de recursos humanos da Google, altura em que a empresa começou a investigação. Em setembro de 2014, algumas semanas após o inquérito, o conselho do Google concedeu a Rubin uma doação de ações no valor de 131 milhões de euros.
Em outubro, Andy Rubin começou a negociar a sua saída da empresa. Quando a Google despede funcionários em cargos menor, normalmente estes saem imediatamente e com uma pequena ou nenhuma indemnização.
Mas para executivos seniores é diferente, uma vez que um processo de rescisão sem justa causa poderia significar uma atenção indesejada dos media, resultando em perdas significativas.
A Google pagou 79 milhões de euros ao criador do Android. O pacote foi estruturado de forma a que o executivo recebesse 2 milhões de euros por mês nos dois primeiros anos e 1 milhão por mês nos dois anos seguintes.
O acordo de separação impediu Andy Rubin de trabalhar com concorrentes e de criticar a Google publicamente. A empresa esforçou-se por fazer a saída parecer amigável, através de um comunicado público de Larry Page, CEO da empresa, elogiando o trabalho de Rubin e desejando-lhe sorte no futuro.
Depois disso, o Google investiu na Playground Global, uma empresa que Rubin lançou seis meses depois de sair. Além disso, o programador fundou a Essential, fabricante de smartphones Android.
Em novembro do ano passado, depois de o The Information ter informado que a Google tinha investigado Andy Rubin por ter tido um relacionamento inadequado, o norte-americano tirou uma licença da Essential, tendo entretanto regressado à empresa.
A riqueza de Rubin, impulsionada pela Google, aumentou 35 vezes em menos de uma década. De acordo com a ação da sua ex-mulher, o seu património líquido é agora de 300 milhões de euros, em comparação com os 8 milhões de 2009.
Sinceramente, gente desta natureza, deveria ser castrada. Desculpem o extremismo, mas as lesões que provocam na vítimas, são marcas indeléveis para o resto da vida. Chocante Insano. …
Estou completamente de acordo.
O que acho estranho, são estas denúncias ao fim de anos… sobretudo quando, entretanto, o tipo “vale” 300 milhões…
Gosto imenso de ler os vossos artigos, no entanto acho que deviam ter um pouco mais de atenção aos erros gramaticais e à correcção das palavras, por vezes torna-se difícil entender o significado das frases.
Obrigado
o que acho encrivel as pessoas acreditar tanto quem faz queixa de violações, pucha como a tanta queixa, como o dinheiro faz movimentar tantas vitimas, quando da geito o sexo é feito e feito sem contar as vezes, é como a quela americana que fez queixa de violação sexual e no mesmo mês foi a casa do acusado mais que uma vez, vitimas de violações pode haver, mas oportunismo são muito mais..