Desde regras de vestuário peculiares a uma prisão que deixa as crianças viver com os pais numa cela, há vários rituais estranhos um pouco por todo o mundo.
As regras peculiares e diversas de várias prisões em todo o mundo, que vão desde o incentivo à reabilitação a restrições bizarras, refletem as grandes diferenças culturais nas filosofias do encarceramento.
A ilha-prisão de Bastoy, na Noruega, é conhecida pela sua abordagem progressista, onde os reclusos, incluindo os condenados por crimes graves, vivem em condições que se assemelham a uma aldeia e não a uma prisão tradicional.
As instalações privilegiam a reabilitação através da confiança e da auto-governação, com os reclusos a gerirem as operações diárias, incluindo a gestão de um serviço de ferry para o continente. Esta configuração única prepara os reclusos para a reintegração na sociedade após a libertação.
Em contrapartida, a prisão espanhola de Aranjuez arranjou uma solução inusitada para crianças até 3 anos cujos ambos os pais estejam presos: deixar os filhos viver em celas familiares especialmente concebidas para o efeito. Esta abordagem tem por objetivo manter a ligação entre pais e filhos durante os primeiros anos críticos, proporcionando um ambiente mais saudável para as crianças pequenas, em comparação com o crescimento longe dos pais.
Nos Estados Unidos, a prisão do condado de Maricopa, no Arizona, sob a direção do antigo xerife Joe Arpaio, aplicou uma regra peculiar que exigia que os reclusos usassem roupa interior cor-de-rosa como forma de dissuasão do roubo. Esta política, que fazia parte de uma série de práticas polémicas que humilhavam os reclusos, foi abandonada depois de Arpaio ter deixado o cargo.
O mandato de Arpaio foi marcado por numerosas queixas em matéria de direitos civis, que culminaram com um perdão presidencial de Trump em 2017, após uma condenação relacionada com práticas ilegais de perfilamento racial.
A prisão de San Pedro, na Bolívia, apresenta outro sistema invulgar em que os reclusos podem comprar ou arrendar celas, sendo que os reclusos mais ricos têm acesso a melhores acomodações, refere o Grunge.
Nas Filipinas, o Centro de Detenção e Reabilitação da Província de Cebu ganhou atenção internacional pelo seu programa de reabilitação com recurso à dança. Iniciado para reduzir a violência na prisão, os reclusos são obrigados a participar em aulas e aprender danças coreografadas.
Se em Cebu se incentiva a harmonia, a prisão de Yaroslavl, na Rússia, mostra uma faceta dura do encarceramento, com os novos reclusos sujeitos a uma praxe brutal onde são levados para uma sala e são espancados pelos guardas prisionais ao som de heavy metal. Esta prática violenta já levou à morte de vários prisioneiros poucas horas após chegarem e a processos contra guardas por homicídio e tortura.
Por último, o Texas tinha uma política única para as mulheres em regime de isolamento, exigindo-lhes o uso de batas brancas, uma prática não aplicada aos reclusos do sexo masculino e criticada por não ter uma justificação clara para além da potencial humilhação. Esta política foi abandonada em 2023.
