Ronaldo protagoniza parto “milagroso” sem fertilização

Stijn99/Wikimedia Commons

Jiboia-albina brasileira (Epicrates cenchria).

Identificada erroneamente como macho há nove anos, a jiboia brasileira Ronaldo é um de apenas três casos de partenogénese da espécie documentados em cativeiro.

Apesar de ter sido considerado macho por muitos anos, o réptil Ronaldo deu à luz 14 cobras bebés no colégio da cidade de Portsmouth.

Inicialmente, a equipe pensou tratar-se de um erro, uma vez que a jiboia-albina brasileira não tinha contacto com outras cobras há pelo menos nove anos. No entanto, o estranho caso de Ronaldo deve-se na verdade à partenogénese, um tipo de reprodução assexuada onde os embriões se desenvolvem sem fertilização.

Embora comum em algumas plantas e animais, é extremamente raro nestas jiboias-arco-íris brasileiras. Aliás, é apenas a terceira ocorrência documentada em cativeiro.

A faculdade que dá abrigo ao réptil de 1,80 metros de comprimento começou por apelidar o parto de “milagre“, depois de uma estudante ter encontrado os 14 bebés no viveiro do réptil.

“Inicialmente, pensámos que ela se tinha enganado. Nem conseguíamos acreditar”, disse a técnica Amanda McLeod, em comunicado.

Há 50 anos que crio cobras e nunca vi isto acontecer antes“, disse Pete Quinlan, especialista em répteis chamado para avaliar a situação: “Na verdade, os bebés são clones da mãe, embora as suas marcas sejam ligeiramente diferentes”.

“Ele parecia mais gordo do que o normal, mas nunca pensámos nem por um momento que ele — ou, deveríamos dizer, ela — estivesse grávida”, confessou o cuidador de Ronaldo há quase uma década.

A serpente não venenosa, encontrada nas regiões da América do Sul e América Central, é conhecida pelas suas cores vibrantes e pelo padrão iridescente na pele, que reflete a luz de maneira a criar um efeito visual semelhante ao de um arco-íris, especialmente em condições de luz húmida.

Pode atingir entre 1,2 a 1,8 metros de comprimento, com as fêmeas a ser, geralmente, maiores que os machos. A reprodução é vivípara, com as fêmeas dando à luz entre cinco a 15 crias.

Os estudantes e o corpo docente do colégio agora têm a rara oportunidade de observar de perto o desenvolvimento inicial destes répteis, desde a alimentação até o crescimento, que é significativamente rápido nos primeiros anos de vida das cobras.

Tomás Guimarães, ZAP //

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