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Robô muda de forma entre líquido e sólido como um “Terminator”

Tri-Star Pictures

T-1000.

Uma equipa de cientistas criou um robô que consegue alterna entre o estado sólido e líquido, como o androide T-1000 da saga “Exterminador Implacável”.

Se já viu o filme “Exterminador Implacável 2: O Dia do Julgamento” — ou “Terminator 2: Judgment Day”, em inglês — então está familiarizado com o robô T-1000. No filme, o androide vilão, interpretado por Robert Patrick, consegue alternar entre o estado líquido e sólido.

Investigadores da Universidade Chinesa de Hong Kong, em parceria com a Universidade Carnegie Mellon, criaram um robô que consegue fazer precisamente isto.

O paralelismo entre os dois não é por acaso. Os próprios cientistas recriaram uma cena do filme ao colocar o pequeno robô atrás das grades de uma jaula metálica. O robô, semelhante a um boneco de lego, transformou-se numa forma líquida, passou entre as barras e voltou à sua forma sólida habitual.

No entanto, ao contrário do filme, o potencial deste robô não é procurar e matar John Connor. A criação dos cientistas pode ser útil em áreas como montagem de dispositivos eletrónicos e pode mesmo ter aplicações médicas.

Por exemplo, um dos desafios do robô foi remover ou entregar objetos no modelo de um estômago humano.

“Dar aos robôs a capacidade de alternar entre os estados líquido e sólido dá-lhes mais funcionalidade”, diz o engenheiro Chengfeng Pan, da Universidade Chinesa de Hong Kong, citado pelo ScienceAlert.

A ideia é que o robô consiga “entrar num ambiente como um bloco sólido, liquefazer-se à volta de um objeto desconhecido, voltar ao estado sólido para capturá-lo e extrair-se do ambiente”, explicam os cientistas.

O robô foi desenvolvido através de micropartículas de um composto de neodímio-ferro-boro mescladas em gálio, um tipo de metal bastante macio à temperatura ambiente e capaz de se solidificar com facilidade. É possível derreter o gálio apenas segurando-o na mão.

Os autores incorporaram uma matriz de gálio com partículas magnéticas, criando o que chamam de “máquina de transição de fase sólido-líquido magnetoativa”.

Os robôs respondiam aos campos magnéticos por causa das micropartículas magnéticas nos seus corpos. Ao colocar os robôs dentro de um campo magnético alternado, os cientistas fazem com que eles se movam e até aqueçam, para que se liquefaçam, explica a VICE.

Os cientistas inspiraram-se nos pepinos-do-mar, que podem alterar a rigidez dos seus tecidos para melhorar a capacidade de carga e limitar os danos físicos. O estudo foi publicado esta semana na revista científica Matter.

“É quase como o T-1000 no sentido de que você tem aquela figura e ela derrete numa bolha, e é sugada através grades da prisão”, disse o coautor Carmel Majidi.

Daniel Costa, ZAP //

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