Desilusão épica. O Rio Ave esteve a segundos de eliminar o poderoso Milan no play-off da Liga Europa. Mas um penálti no último lance do prolongamento deu a possibilidade aos italianos de empatarem um jogo que estava perdido.
Depois, numa maratona de 24 grandes penalidades, os transalpinos tiveram a sorte do jogo, enquanto os vilacondenses desperdiçaram três ocasiões para vencer a eliminatória. No final 8-9 nos pontapés de 11 metros e a amarga sensação de que um feito histórico esteve ao alcance da formação portuguesa.
Boa réplica dos vilacondenses ao longo de toda a primeira parte. Aliás, a equipa portuguesa conseguiu o feito, talvez pouco esperado por muitos, de ter chegado ao intervalo com mais posse de bola que o colosso transalpino, nada menos que 54%. Isto porque o Rio Ave nunca se mostrou intimidado com o nome do adversário.
O problema foi criar perigo. Na primeira metade só um remate, embora enquadrado. Mais do que o Milan conseguiu fazer, pois dos seis disparos, nenhum importunou Pawel Kieszek. A vantagem italiana foi mesmo a maior facilidade de entrar na área contrária, com cinco acções com bola nessa zona, contra nenhuma do outro lado.
Os transalpinos equilibraram precisamente na posse de bola na etapa complementar e voltaram a rematar bem mais (8 disparos contra 4), mas continuaram desinspirados. Ainda assim, Alexis Saelemaekers, aos 51 minutos, recolheu uma bola perdida à entrada da área e rematou para o golo inaugural da partida e para os visitantes. Foi o único remate enquadrado dos “rossoneri” em todos os 90 minutos. O Rio Ave terminou apenas com cinco disparos, mas aos 72 minutos empatou num forte pontapé de Francisco Geraldes, que colocou justiça no marcador, perante a boa réplica do Rio Ave. O jogo foi para prolongamento.
E logo no arranque do tempo extra, Gelson Dala fugiu pela esquerda e rematou cruzado e colocado para o 2-1. O sonho de eliminar o gigante transalpino era real e seguir-se-iam minutos de grande tensão.
O Milan partiu então para cima da equipa portuguesa, teve mais bola tentou chegar ao empate, mas a desinspiração ofensiva era total e quase todos os remates saiam muito desenquadrados. Mas no último lance do encontro, Toni Borevkovic deitou tudo a perder. O Central colocou mão na bola na área, foi expulso, e Hakan Calhanoglu empatou de grande penalidade. Logo a seguir, apito final e grandes penalidades.
Aqui, tivemos de esperar por 24 pontapés para encontrar o vencedor, e o Rio Ave teve três vezes nos pés a possibilidade de arrumar a questão. Mas não o fez. Colombo, Nélson Monte, Donnarumma, Pawel Kieszek (sim, os dois guarda-redes), Ismael Bennacer, Francisco Geraldes e Aderllan Santos falharam e o Milan seguiu em frente.
Jogadores em foco
Lucas Piazón 7.1 – Entre todos os heróis dos vilacondenses, o extremo brasileiro foi o que atingiu um nível mais elevado. Para além de ter somado uma assistência, esteve sempre muito em jogo, com 77 acções com bola, recuperou nove vezes a posse e somou 12 acções defensivas, seis delas no meio-campo contrário, sendo que incríveis oito foram desarmes. E ainda teve sucesso nas duas tentativas de drible.
Alexis Saelemaekers 7.4 – O MVP da partida. O extremo belga marcou o golo inaugural da partida, com um forte remate à entrada da área, fez dois passes para finalização, somou quatro acções com bola na área contrária e teve sucesso em três de cinco dribles. No trabalho de equipa averbou oito recuperações de posse.
Resumo
// GoalPoint