Revolução em Braga começou com um jantar às escondidas entre John Textor e Artur Jorge

SC Braga / Twitter

Artur Jorge, Sp. Braga

Artur Jorge, SC Braga

Os Gverreiros do Minho estão a ser forçados a levar a cabo uma revolução no comando técnico do clube e tudo começou com um jantar entre Artur Jorge e o empresário John Textor, às escondidas do presidente António Salvador.

Numa altura do campeonato em que a luta pelo terceiro lugar entre SC Braga e FC Porto, o treinador dos minhotos, Artur Jorge, abandonou a equipa para assinar pelo Botafogo.

Apesar de render dois milhões de euros aos cofres do SC Braga, António Salvador demonstrou-se “irritado” com o treinador pelos moldes como ocorreu este negócio.

O presidente dos arsenalistas queixa-se que teve conhecimento de um jantar, em Matosinhos, há mais de uma semana, entre Artur Jorge e John Textor, dono do Botafogo, “por via indireta e sem qualquer solicitação”.

“Devo reconhecer que foi com enorme surpresa que soube, por via indireta e sem qualquer solicitação, que na passada segunda-feira o treinador Artur Jorge se encontrava a jantar em Matosinhos com o empresário norte-americano John Textor, tendo chegado a um princípio de acordo para a sua transferência no imediato“, revelou António Salvador.

O dirigente confessou ter-se apercebido depois do descomprometimento do treinador para com os objetivos do clube que está, neste momento à espreita do terceiro lugar, apenas a dois pontos do FC Porto.

“Perante os importantes objetivos que a época ainda nos reserva, confesso que não esperava que o treinador colocasse em causa o projeto, a liderança, o comando e exemplo que sempre exerceu perante o grupo”, considerou António Salvador.

“Tornou-se claro para mim e para todos que a posição de liderança que um treinador deve assumir num clube desta dimensão e desta responsabilidade se encontrava irremediavelmente comprometida, ameaçando o sucesso da temporada em curso e a visão a médio e longo prazo que sempre nos orientou”, acrescentou.

Artur Jorge estava no SC Braga desde 2017, era treinador da equipa principal desde 2022, tinha renovado contrato com o clube em novembro, e, dois meses depois, em janeiro ganhou a Taça da Liga.

Todo este envolvimento com o clube fazia crer a António Salvador que o projeto era estável e para durar: “Quando a 10 de novembro acertámos a renovação do contrato tínhamos objetivo de dar continuidade a uma ligação que nos unia desde 2017, desde os escalões de formação até à equipa principal”.

“A minha intenção era uma mensagem de grande confiança e estabilidade. Houve focos de pressão e contestação que internamente soubemos bloquear, apesar de estranhar a recorrência com que o treinador falava da sua saída“, lamentou.

Dois novos treinadores

Com Artur Jorge prestes a ser anunciado no Botafogo (clube pelo qual, no último ano, também já passaram os portugueses Luís Castro e Bruno Lage), António Salvador já encontrou solução para o que resta da época.

Rui Duarte “sobe” dos Sub-23 para comandar os Gverreiros nos sete jogos (todos do campeonato) que lhe restam, até ao final da temporada.

Correndo bem ou mal, certo é que, chegados a julho, o treinador interino será substituído por Daniel Sousa, que orienta atualmente o Arouca – curiosamente, o adversário do SC Braga no próximo jogo do campeonato.

Daniel Sousa chegou a Arouca já no decorrer desta época, para render Daniel Ramos, tendo estado, no ano passado, ao serviço do Gil Vicente. O técnico de 39 anos foi, durante mais de uma década adjunto de André Villas-Boas.

Miguel Esteves, ZAP //

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