A vice-presidente dos Estados Unidos (EUA) vai reunir-se esta sexta-feira de emergência com os líderes do Japão, Coreia do Sul, Austrália, Nova Zelândia e Canadá, na sequência do lançamento da Coreia do Norte de um míssil intercontinental, informou a Casa Branca.
Kamala Harris, que se encontra em Banguecoque, na Tailândia, a participar na cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), vai reunir-se com os cinco líderes para uma consulta “sobre o recente lançamento de um míssil balístico da RPDC [República Popular Democrática da Coreia]”, disse fonte da Casa Branca, citada pela agência de notícias France-Presse (AFP).
A Coreia do Norte disparou esta sexta-feira um míssil balístico intercontinental, que caiu no mar, em águas da Zona Económica Exclusiva (ZEE) do Japão, anunciou o Ministério da Defesa nipónico.
Num comunicado, o ministério disse que Pyongyang “lançou um míssil balístico do tipo ICBM de uma posição perto da costa oeste da península coreana aproximadamente às 10:14” (01:14 em Lisboa).
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, descreveu o lançamento como “absolutamente inaceitável”, confirmando que o míssil caiu em águas dentro da ZEE do Japão, perto da ilha de Hokkaido (norte), sem aparentemente ter causado quaisquer danos a navios ou aviões.
“A Coreia do Norte tem disparado repetidamente mísseis este ano com uma frequência sem precedentes e está a aumentar significativamente as tensões na península coreana”, indicou o ministro da Defesa japonês, Yasukazu Hamada.
Também o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul disse num comunicado que o lançamento provavelmente envolveu um míssil balístico intercontinental. O gabinete presidencial do país referiu que convocou uma reunião de segurança de emergência para discutir o lançamento norte-coreano.
Se confirmado, seria o primeiro lançamento de um míssil ICBM por parte da Coreia do Norte num período de duas semanas.
Especialistas independentes disseram que um ICBM, ainda em desenvolvimento, lançado por Pyongyang em 03 de novembro, não conseguiu realizar o voo pretendido. A Coreia do Norte tem dois tipos de ICBM e os testes de lançamento feitos em 2017 provaram que eles poderiam alcançar partes do território dos EUA.
Em comunicado, a Casa Branca disse que o lançamento vem aumentar desnecessariamente a tensão e representa um risco desestabilizador para a segurança na região. Constitui, além disso, uma violação flagrante de várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
Nesse sentido, Washington pediu a condenação internacional do lançamento e apelou à Coreia do Norte para que se sente à mesa de negociações para conversações sérias. A Administração de Joe Biden indicou que a porta da diplomacia não está encerrada, mas que Pyongyang deve cessar de imediato as ações desestabilizadoras.
Já na quinta-feira, o regime de Kim Jong-un tinha disparado um míssil balístico em direção ao mar do Japão.
Os lançamentos coincidem com a visita do Presidente do Governo de Espanha, Pedro Sánchez, à vizinha Coreia do Sul e ocorrem depois de o regime de Pyongyang ter disparado cerca de trinta mísseis, no início de novembro, em resposta a exercícios aéreos conjuntos de Seul e Washington.