China injeta capitais para obter projeção mediática global, revela relatório

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Xinhua

Xi Jinping, Presidente da China, em congresso do PC Chinês

O Governo chinês tem tentado obter projeção mediática em órgãos de comunicação social de todo o mundo através da injeção de capitais, de acordo com um relatório da Federação Internacional de Jornalistas, que será divulgado na quarta-feira.

O relatório, citado pelo New York Times, “revela uma ativação da infraestrutura de média implantada pela China em todo o mundo”. “À medida que a pandemia” se espalhou, “Pequim utilizou a sua infraestrutura de média globalmente para semear narrativas positivas sobre” o país, “bem como para empreender novas táticas, que passavam pela desinformação”, disse ao jornal norte-americano a autora do documento, Louisa Lim.

“A diplomacia chinesa foi retratada da melhor maneira possível. Jornalistas italianos revelaram que foram pressionados a publicar o discurso de Natal do Presidente Xi Jinping e receberam uma versão traduzida para o italiano. Na Tunísia, a embaixada chinesa ofereceu desinfetante para as mãos e máscaras ao sindicato dos jornalistas, e equipamentos de televisão caros e conteúdo pró-China gratuito à emissora estatal”, revelou o relatório.

De acordo com um jornalista filipino, referido pelo New York Times, mais da metade dos conteúdos do noticiário nacional daquele país provinham da agência estatal chinesa Xinhua. Há relatos de um grupo de média do Quénia que recebeu dinheiro de investidores chineses e demitiu um colunista que escreveu sobre a repressão chinesa à minoria uigur e de jornalistas peruanos escrutinados nas redes sociais por funcionários do Governo chinês.

Segundo a reportagem, a estratégia chinesa passava por criar um grupo de média global, dominada por órgãos como a BBC e a CNN, para injetar dinheiro e poder chineses. Contudo, alguns governos começaram a impedir esse esforço, levando a que a China foque em países que não têm a dos países europeus, mas que tenham direito a voto na ONU.

Taísa Pagno //

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