A Organização Meteorológica Mundial (OMM) confirmou um relâmpago de 700 quilómetros que dividiu o céu no Brasil em 2018 e estabeleceu o novo recorde mundial para o raio mais longo do mundo.
Com 709 quilómetros de comprimento, a “maior extensão do mundo para um único relâmpago” foi registada em 31 de outubro de 2018, no sul do Brasil, segundo anunciou o Comité de Tempo e Clima Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Esse não foi o único recordista alvo dos anúncios da agência meteorológica da ONU. O recorde de maior duração de um relêmpago também foi quebrado, graças a um raio de 16,7 segundos que ocorreu no norte da Argentina em 4 de março de 2019.
O recorde anterior de distância foi de 321 quilómetros e foi registado em Oklahoma, nos Estados Unidos, em 2007. Já o recorde de duração foi de apenas 7,74 segundos em Provença-Alpes-Costa Azul, em França, em agosto de 2012.
“Estes são registos extraordinários de eventos únicos de relâmpagos”, disse o co-autor do estudo Randall Cerveny, relator-chefe do Weather and Climate Extremes da OMM, em comunicado. “Extremos ambientais são medições vivas do que a natureza é capaz, bem como o progresso científico em poder fazer essas avaliações. É provável que ainda existam extremos ainda maiores e que possamos observá-los à medida que a tecnologia de deteção de raios melhorar”.
Anteriormente, os raios eram rastreados usando dados de sensores terrestres chamados redes Lightning Mapping Array, que detetam ondas de rádio. No entanto, os cientistas de raios reconheceram que havia um limite superior à escala usada e rastrear uma iluminação mais extrema exigiria uma expansão da tecnologia.
Em 2016, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) lançou o primeiro satélite de mapeamento de relâmpagos do mundo a operar em órbita geoestacionária, acompanhando o clima da Terra a 36 mil quilómetros de altitude. Além de monitorizar o clima da Terra 24 horas por dia, 7 dias por semana, é um bom indicador de ciclones tropicais e tempestades.
Existem muitos tipos diferentes de relâmpagos. Os raios acompanham sempre os trovões e ambos acontecem ao mesmo tempo mas, à medida que a luz viaja mais rápido, e costume ver os raios antes de ouvir os trovões. A maioria dos raios começa dentro de uma nuvem de trovão e, em seguida, permanece na nuvem ou viaja pelo ar para outra nuvem ou, eventualmente, atinge o solo.
Estas descobertas foram publicadas este mês na revista científica Geophysical Research Letters.