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Encolher os produtos mas manter os preços: a reduflação está mesmo a acontecer

Diversas marcas nos EUA estão a tornar os seus produtos mais pequenos, de forma “silenciosa”. DECO já tinha deixado aviso, em Portugal.

Não é ilegal, mas convém estar atento: a reduflação anda mesmo por aí.

A reduflação é uma inflação diferente. Como a designação indica, é uma redução: não do preço, mas sim do tamanho.

Ou seja, quando compramos um determinado produto, pagamos o mesmo mas levamos menos para casa.

Em Portugal, a DECO deixou no mês passado um alerta sobre o assunto, apelando aos consumidores para verem as diferenças na quantidade do que compram.

Este processo já chegou a um país com outra escala: os Estados Unidos da América.

Não, não é imaginação tua. Os tamanhos dos produtos estão mesmo a encolher”, começa por avisar a agência Associated Press.

Um pacote de lenços de papel tem menos lenços do que tinha até há uns meses; um iogurte pesa menos do que pesava há uns meses. Mas o preço de ambos manteve-se. São dois dos vários exemplos da reduflação.

A inflação tem atingido recordes em diversos países – incluindo Portugal – e as marcas gastam mais para produzir. Matérias-primas, embalagens, transporte: tudo está mais caro.

A reduflação é um processo que agrada a muitos responsáveis de marcas. Porque, explica o advogado do consumidor Edgar Dworsky, as marcas sabem que o consumidor iria reparar no aumento de preço – mas não repara na diminuição da quantidade.

E há mais: há casos em que os produtos são mais pequenos mas apresentam um rótulo diferente, mais brilhante. Para “distrair” o consumidor.

No Japão, uma empresa foi transparente: anunciou que os pacotes dos seus petiscos iriam ser 10 por cento mais pequenos – e ao mesmo tempo os preços  aumentaram 10 por cento.

Edgar Dworsky deixou um último aviso: mesmo que a inflação abrande, o tamanho dos produtos não vai ser recuperado: “Aumentar o tamanho é raro”.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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