Uma equipa de cientistas desenvolveu um método inovador e eficaz de reciclagem de baterias — que usa as propriedades magnéticas dos materiais para separar os componentes das baterias.
As técnicas de reciclagem tradicionais envolvem a decomposição dos materiais das baterias nas suas formas elementares através de processos térmicos ou químicos que consomem muita energia, são dispendiosos e têm impactos ambientais significativos.
Agora, um novo método permite reciclar baterias de iões de lítio, utilizando uma técnica de separação magnética que purifica eficazmente os materiais das baterias, mantendo a sua integridade estrutural e funcionalidade.
Segundo o SciTechDaily, os autores deste estudo tiveram como objetivo facilitar a separação e reciclagem eficazes de materiais de baterias a um custo mínimo.
Num novo estudo, publicado a semana passada na Nature Communications, a equipa propôs que as propriedades magnéticas poderiam facilitar a separação e a purificação dos materiais de pilhas usadas.
Esse método é denominado como aquecimento Joule flash sem envolventes (FJH) e consiste em fazer passar uma corrente através de um material resistente para o aquecer de forma rápida e transformá-lo noutras substâncias.
Além disso, aqueceram resíduos de baterias até cerca de 2200 graus em segundos, criando características com conchas magnéticas e estruturas de núcleo estáveis.
“Com o aumento da utilização de baterias, especialmente nos veículos elétricos, a necessidade de desenvolver métodos de reciclagem é constante”, diz o autor principal do estudo James Tour, em comunicado.
Durante o processo, os cátodos de bateria à base de cobalto, por norma utilizados em veículos elétricos e associados a elevados custos financeiros, ambientais e sociais, evidenciaram propriedades magnéticas nas camadas exteriores de óxido de cobalto espinélio, permitindo uma separação mais fácil.
A criação dos investigadores resultou num alto rendimento de recuperação de material da bateria de 98%, mantendo o valor da estrutura da bateria.
“As impurezas metálicas foram significativamente reduzidas após a separação, preservando a estrutura e a funcionalidade dos materiais. A estrutura em massa dos materiais da bateria permanece estável e está pronta para ser reconstituída em novos cátodos”, conclui Tour.
Por fim, este estudo revela-se capaz de ter melhores benefícios ambientais e económicos do que os processos convencionais de reciclagem.