Um reator de fusão nuclear compacto, com capacidade para alimentar até 100 mil casas com energia “super limpa”, foi apresentado esta quarta-feira pela empresa norte-americana Lockheead Martin e poderá estar disponível dentro de dez anos.
Desenvolvido pela Skunk Works, a divisão de tecnologia experimental da Lockheed Martin, empresa norte-americana ligada à aeronáutica e tecnologia militar, o modelo apresentado tem dois metros por três e capacidade para cem megawatts, podendo fornecer energia a aviões, naves espaciais – ou até uma pequena cidade com 100 mil habitações.
Trata-se de um invento que pode mudar a civilização como a conhecemos.
A fusão nuclear – a fusão do núcleo dos átomos que acontece nas estrelas – tem sido estudada há décadas e é considerada o “Santo Graal” da energia, já que, ao contrário da fissão nuclear das centrais atómicas (e da bomba atómica) não produz resíduos radioactivos de longa duração.
A proposta agora apresentada pela é inovadora, por se propor construir um reator compacto.
O contentor magnético será capaz de suportar temperaturas extremamente altas, de até centenas de milhões de graus.
“Ao conter esta reacção”, explica a empresa, “podemos libertá-la de forma controlada para criar energia que possa ser usada”.
O calor produzido através deste reactor de fusão compacto permite alimentar geradores ao substituir as câmaras de combustão por permutadores de calor.
Thomas McGuire, investigador do MIT e líder do projecto, explica num vídeo que o reactor compacto poderá vir a estar operacional em 10 anos.
A empresa apela agora ao financiamento de investidores privados para continuar o trabalho.
Ao contrário da fissão nuclear das centrais e bombas atómicas, baseadas no conceito de que uma pequena quantidade de energia incide num material radioactivo instável e liberta uma grande quantidade de energia, a fusão nuclear é baseada no conceito de que dois átomos de um material não radioactivo colidem a grande velocidade, formando um terceiro átomo e libertando uma grande quantidade de energia.
Este processo só acontece nas estrelas, onde as enormes temperaturas provocam a fusão dos átomos no seu estado natural.
O “Santo Graal” da produção de energia é conseguir provocar uma fusão nuclear “a frio” (a uma temperatura “normal”), numa “reacção eficiente” ou seja, que liberte mais energia do que a necessária para a provocar – e capturar essa energia para uso corrente.
A fusão nuclear apresenta duas grandes vantagens sobre a fissão: é uma fonte de energia segura (não apresenta riscos de libertação acidental de materiais radioactivos) e considerada “energia limpa” porque a reacção não produz resíduos tóxicos cujo armazenamento a longo prazo levanta cada vez mais dificuldades.
ZAP
“ao substituir substituindo as câmaras” Não se dão ao trabalho de ler o artigo antes de o publicar?
Caro Sérgio,
Obrigado pelo reparo, está corrigido.
“centenas de milhões de graus” … eu percebo que o autor/tradutor do artigo não tenha formação em ciência, mas convem informar-se antes de escrever isto. Uma pequena pesquisa na internet e fica a saber que este valor é completamente absurdo …. até as estrelas mais quentes não passam dos 50 000 K (~ 50 000 ºC).
Caro Filcon,
Obrigado pelo seu reparo.
De facto também nos parece um disparate, mas é o que consta na página da própria Lockheed Martin que citámos: “The bottle is able to handle extremely hot temperatures, reaching hundreds of millions of degrees“
Caro ZAP,
Tem razão e o erro é todo meu (a prepotência também). Proveio da minha precipitação. Para além da fusão nuclear requerer temperaturas dessa magnitude, pelo menos teoricamente, a temperatura a que me refiro é da superfície das estrelas, daí a minha precipitação e comentário sem pensar …
Mea culpa e se quiser pode retirar os comentários. Cumprimentos
De facto os números apontados para as temperaturas atingidas num reactor de fusão nuclear, estão certos.
Estudos e experiências sobre a fusão nuclear (reacção que ocorre no sol e que é responsável pela energia que emite), referem que, para que uma colisão entre 2 deutérios (núcleo do átomo hidrogénio) provoque a sua fusão, resultando um núcleo de hélio + energia, a temperatura do interior do reactor deverá rondar os 12 milhões de graus. No entanto e a esta temperatura uma percentagem significativa das colisões não são eficazes, isto é não dão lugar á fusão e por isso o reactor consome mais energia do que aquela que produz. De facto para que o Sistema seja rentável as temperaturas rondam valores entre os 200 e os 300 milhões de graus Celcius.
”De facto para que o Sistema seja rentável as temperaturas rondam valores entre os 200 e os 300 milhões de graus…”
Qual material que resiste a esta temperatura?? embora haja o truque do imans, acho que reactor nao aquentara mais de alguns segundos… e se um dia trabalhar nao podera trabalhar continuamente tem de ser alternado…. fica o sonho, a ambicao mas duvido…
Temos ir procura de novos materiais no espaco….