Um tribunal da Coreia do Sul condenou, esta terça-feira, a 20 anos de prisão a amiga da ex-Presidente pelo seu papel no esquema de corrupção que escandalizou o país asiático e levou à demissão da então chefe de Estado.
Choi Soon-sil, de 61 anos e amiga íntima de Park Geun-hye, estava acusada de 18 crimes, entre os quais abuso de poder, coação e suborno, tendo o Ministério Público pedido uma pena de 25 anos.
Conhecida como “Rasputina”, Choi foi detida em novembro do ano passado por ser considerada a impulsionadora de um esquema de corrupção e tráfico de influências, através do qual interveio em assuntos de Estado e desviou fundos de mais de meia centena de empresas.
A amiga da ex-Preisdente, que negou todas as acusações, também terá de pagar uma multa de 13,4 milhões de euros, segundo a sentença do tribunal do Distrito Central de Seul, citada pela agência local Yonhap.
Entre as empresas alvo da extorsão estão a LG, a Hyundai ou a Samsung, cujo herdeiro e líder, Lee Jae-yong, foi condenado a uma pena suspensa de dois anos e meio de cadeia pelo mesmo caso.
O advogado da “Rasputina”, Lee Kyung-jae, já anunciou que vai recorrer da sentença.
O mesmo tribunal condenou também a dois anos e meio de cadeia o presidente do grupo Lotte por subornar Choi com uma doação de sete mil milhões de wones, cerca de 5,2 milhões de euros.
Também o ex-secretário presidencial, An Chong-bum, foi condenado a seis anos de prisão e a uma multa de 100 milhões de wones (75 mil euros) por aceitar subornos dentro da mesma rede.
Este escândalo chocou a sociedade civil sul-coreana no final de 2016 e motivou manifestações quase diárias, que conduziram à primeira destituição de um chefe de Estado sul-coreano em democracia e à antecipação das eleições presidenciais, ganhas pelo liberal Moon Jae-in.
A ex-Presidente continua detida, desde a sua destituição, em março de 2017.
// Lusa