Quem inventou o dinheiro?

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A história do dinheiro é das mais complexas da civilização humana. A resposta à questão “quem inventou o dinheiro?” é ainda hoje uma incógnita.

Contrariamente à crença popular, a origem do dinheiro está longe de ser consensuais entre historiadores e economistas.

Enquanto o economista escocês do século XVIII, Adam Smith, popularizou a ideia de que a moeda surgiu para substituir o sistema de câmbio de bens, alguns académicos modernos discordam.

O antropólogo David Graeber, por exemplo, no seu livro “Dívida: Os Primeiros 5.000 Anos”, argumenta que sistemas de dívida e crédito, registados através de livros e notas promissórias, precedem as notas e as moedas.

A antropóloga britânica Caroline Humphrey chegou a uma conclusão semelhante, afirmando que nenhuma economia de câmbio “pura e simples” jamais foi descrita.

Como era o dinheiro?

Conta a Discover Magazine que as formas mais antigas conhecidas de moeda variavam entre conchas e grãos, principalmente nas tribos indígenas da América, aldeias africanas e comunidades na Ásia e nas ilhas do Pacífico Sul.

No entanto, o uso mais antigo conhecido de moedas metálicas remonta à antiga China, Índia e Grécia.

A primeira moeda chinesa apareceu sob a forma de conchas de cauri, mas foi posteriormente substituída por moedas de metal, entre os séculos VIII e V a.C.

A Índia iniciou a incursão na moeda metálica com “moedas marcadas a punção” por volta do século VI a.C., feitas principalmente de prata e estampadas com formas naturais.

Simultaneamente aos povo indiano, os antigos gregos introduziram o dracma, uma moeda cujo valor inicialmente se acreditava ser igual a um punhado de setas.

“Foram os Chineses” (talvez…)

É o estáter lídio que, frequentemente, tem o título de primeira moeda oficial do Mundo. Emitidas no século VII a.C. pelo Rei Alyattes da Lídia, uma área agora parte da Turquia moderna, estas moedas eram feitas de eléctrum, uma liga de ouro e prata.

No entanto, este “título” tem sido fortemente contestado.

Um estudo de 2021 publicado pela Cambridge University Press sugere que as moedas chinesas, cunhadas na província de Henan, podem preceder o estáter lídio.

À medida que a humanidade continua a sua evolução financeira para o digital (com as criptomoedas), entender as origens complexas e diversas do dinheiro serve como uma lente fascinante para ver o quão longe chegámos.

Desde conchas e grãos, até moedas de metal e agora códigos digitais, o dinheiro continua a ser uma parte integral da experiência humana, refletindo tanto o nosso engenho como a nossa história coletiva.

ZAP //

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