O gangue ‘Barrio 18’ estará por trás das atrocidades cometidas esta terça-feira durante motim em prisão feminina de Tegucigalpa, nas Honduras. 41 mulheres foram assassinadas.
Por volta das oito da manhã desta terça-feira, guardas do estabelecimento prisional — que não apresentaram sinais de qualquer lesão — foram removidos por um grupo de prisioneiras, segundo a comissária assistente do sistema prisional das Honduras, Sandra Rodríguez Vargas.
As agressoras abriram posteriormente os portões e deram início a um autêntico massacre que matou 41 mulheres e deixou a prisão em cinzas.
Chocantes vídeos apresentados pelo governo mostram pistolas e machetes encontradas após o motim.
A presidente das Honduras, Xiomara Castro, já afirmou que o ataque foi “planeado por maras (gangues de rua) com o conhecimento e consentimento das autoridades de segurança”.
Membros do Barrio 18 conseguiram ter acesso a armas e machetes de dentro da prisão. Circularam livremente com o objetivo de assassinar as restantes encarceradas, que por sua vez se queixavam há semanas de estarem a ser ameaçadas pelos membros do gangue — que acabou por cumpri-las.
As gangsters queimaram 26 mulheres até à morte. As restantes 15 foram baleadas ou esfaqueadas, segundo porta-voz da agência de investigação nacional das Honduras.
Castro prometeu “medidas drásticas”, apesar de não explicar como é que a tragédia aconteceu.
“Elas [membros do Barrio 18] estavam descontroladas, estavam a lutar com elas a toda a hora. Foi a última vez que falámos”, disse a filha de uma das vítimas, enquanto esperava à porta de uma morgue de Tegucigalpa.
O gangue exigiria às outras prisioneiras que “entregassem” um amigo ou familiar ao dar-lhes o seu nome, morada e descrição, para. que depois membros do mesmo gangue poderem raptá-los e roubá-los.
Segundo oficiais, o gangue já controlaria, antes do “ato terrorista”, parte da prisão.
Segundo relatório da AP, este foi o motim mais mortífero numa instalação prisional feminina na América Central desde 2017, quando 41 jovens de Guatemala foram queimadas após protesto contra violações no estabelecimento.
Julissa Villanueva, que está à frente do sistema prisional, suspeita de que o motim teve origem devido a um aumento recente do controlo de atividades ilícitas no estabelecimento prisional. “Não iremos recuar”, disse Villanueva depois do motim, sobre a luta contra o crime organizado.
Com prisões destas na América Central e do Sul, não entendo como cometem crimes. O medo de ir parar a uma destas prisões devia ser dissuasor.
Prisões dessas existem em toda a América, Sul, Central e Norte.
A prisão não serve como dissuasão. Muitas vezes tem o efeito contrário. O primeiro crime é cometido por necessidade (rouba-se para matar a fome). A partir daí o criminoso não quer ser preso ou voltar a ser preso. Nestas condições, o próximo crime será violento, o criminoso mata as testemunhas ou mata os polícias que o querem prender.