Quatro formas de reduzir o consumo de energia (e poupar dinheiro)

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Mikhail Nilov / Pexels

O inverno está a chegar e, com a crise energética a intensificar-se, o gás e a energia aumentam de preço e dificultam o aquecimento das casas.

O frio será ainda pior para os 13% das famílias inglesas que já se encontram na pobreza de combustível. À medida que a crise energética se intensifica, espera-se que este número aumente ainda mais.

Os líderes europeus apressaram-se a implementar medidas para proteger as famílias, como é o caso da Garantia de Preço de Energia do Reino Unido, que limita o preço unitário da eletricidade e do gás a 34p e 10p, respetivamente.

Embora esta medida alivie algumas das preocupações relativas ao aumento dos gastos com a energia, muitas famílias continuarão sem conseguir aquecer as casas nos próximos meses.

A Ciência interveio e definiu quatro formas que, de acordo com investigações recentes, provam que as famílias são capazes de reduzir o seu consumo de energia a tempo do Inverno — e poupar dinheiro no processo.

Secar roupa ao ar livre

A lavagem e secagem de roupa é responsável por cerca de 12% da utilização de eletricidade doméstica no Reino Unido. A lavagem à mão é normalmente sugerida como alternativa de poupança de energia, em vez do uso de máquinas.

No entanto, as máquinas de lavar modernas são altamente eficientes, utilizando normalmente 0,5 kilowatt/hora para uma lavagem de 9kg — um valor  bastante inferior aos 0,82 quilowatts-hora utilizados em média na lavagem à mão.

Mesmo máquinas de lavar ineficientes tendem a utilizar menos energia do que a lavagem manual, uma vez que é necessária muito menos água quente.

Em vez disso, ao restringir a utilização da máquina de secar roupa, é possível obter maiores reduções na utilização de energia. As máquinas de secar roupa gastam bastante energia, com um único ciclo a utilizar até 4,5 kilowatts/hora.

Em vez disso, ao secar a roupa ao ar livre, o The Conversation calcula que um agregado familiar pode não só poupar energia, como também dinheiro.

Usar menos água quente

Face à escassez de gás, a cidade alemã de Hanôver desligou a água quente nas casas de banho de todos os edifícios públicos no início deste ano.

Embora as medidas de poupança de energia desta gravidade sejam improváveis, a produção de água quente no Reino Unido é um grande consumidor de energia, sendo responsável por cerca de um quarto do consumo doméstico de energia. Há várias formas de os agregados familiares poderem reduzir o seu consumo de água quente.

Uma delas é diminuir o tempo passado no banho. Um duche de alta pressão com a duração de nove minutos utiliza cerca de 4,3 quilowatts-hora de gás. Ao reduzir o tempo gasto no duche para seis minutos, as famílias podem poupar no aquecimento da água e, novamente, na energia.

Se tiver um reservatório de água quente, é importante certificar-se de que está bem isolado, de forma a não aumentar os custos. Isto irá manter a água mais quente durante mais tempo e reduzir os custos de aquecimento.

Outra abordagem consiste em instalar um chuveiro de baixo caudal, restringindo o fluxo de água, mantendo a sensação de um chuveiro de alta pressão.

Com caudais mais baixos, um chuveiro consumirá menos água quente. Para as famílias que tomam em média dois chuveiros de nove minutos por dia, esta medida proporciona uma redução dos custos e do uso de energia.

No entanto, um chuveiro de baixo caudal só funcionará bem em áreas onde a pressão da água já é suficientemente elevada. A redução do fluxo de um chuveiro já de baixa pressão transformaria o chuveiro quase num conta-gotas.

Usar melhor o aquecimento

À medida que a crise energética se intensifica, é importante garantir que o aquecimento não é desperdiçado desnecessariamente. As investigações indicam que a utilização de energia pode ser reduzida em até 30%, diminuindo o aquecimento quando os ocupantes estão a dormir ou ausentes.

Isto pode ser feito através da marcação manual do termóstato ou desligando completamente o aquecimento. Para aqueles que habitualmente se esquecem de baixar o aquecimento, um termóstato inteligente pode revelar-se um investimento útil.

Estes podem ser controlados remotamente através do telemóvel, ou automaticamente através de sensores de presença e permitir que o aquecimento diminua, quando a casa está desocupada.

A energia é também desperdiçada com o aquecimento de salas não utilizadas. As válvulas do radiador termostático são uma forma de controlar a temperatura em salas diferentes — regulam o fluxo de água quente através de radiadores e podem ser programadas para regular a temperatura em cada divisão.

As válvulas termostáticas para radiadores podem permitir poupanças substanciais de energia. Um estudo descobriu que resultam entre 10% a 18% menos na utilização de energia, em comparação a casas sem controlo de aquecimento. No entanto, é importante que as portas entre divisões permaneçam fechadas para evitar o desperdício de energia.

Melhorar o isolamento

Embora possamos fazer melhor uso do aquecimento, as casas britânicas são extremamente ineficientes em termos energéticos — são das habitações mais mal isoladas da Europa.

A maximização do isolamento é uma forma de reduzir a utilização de energia. Vidros duplos podem, por exemplo, reduzir para metade a quantidade de calor perdido através de uma única janela envidraçada.

Fechar persianas ou cortinas à noite e durante os períodos de frio representa também uma forma mais barata de reter o calor. Estudos recentes indicam que as persianas podem reduzir a quantidade de calor perdido através das janelas em até 38%.

Alterações nos hábitos e pequenos investimentos podem reduzir substancialmente o consumo de energia. Se forem amplamente implementadas, podem atenuar a crise energética. Embora a Garantia de Preço de Energia proporcione alívio temporário a muitos, o investimento em medidas de eficiência energética, tais como isolamento, deve ser prioritário para reduzir a nossa carga energética a longo prazo.

ZAP //

3 Comments

  1. Ai o Português…”são das habitações menor isoladas da Europa”. “…são das habitações mais mal isoladas da Europa.”

  2. O ZAP devia ter-me consultado antes de elaborar este artigo. Eu propunha uma solução única a qual, de resto, teria impacto não apenas na redução do consumo energético como igualmente na sustentabilidade da Segurança Social e em alguns outros problemas da nossa economia e sociedade. Poupava-se na energia da TV, consolas, etc, no aquecimento e, simultaneamente, estaríamos a assegurar as reformas de toda a população no futuro, assim como a contribuir para solucionar o problema da inexistência de mão-de-obra (no futuro) e de crianças (já no curto / médio prazo).

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