Quase metade dos estagiários não recebe proposta de contrato

Apenas 54% dos estagiários do IEFP recebe proposta de contrato nas empresas que os recebem. Portugal continua a ter uma taxa de desemprego jovem acima da média europeia.

Quando chega o final do estágio, não são todos os que recebem a tão esperada proposta de contrato.

Desde 2018, o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) já proporcionou estágio a cerca de 132 mil pessoas, mas apenas cerca de 54% foi contratado pelas empresas.

O principal objetivo dos estágios do IEFP – nos quais o Estado, em cinco anos, já investiu 668 milhões de euros – é inserir os jovens no mercado de trabalho.

Como explica o Jornal de Notícias, o IEFP comparticipa até 80% o valor pago pelas empresas que, pode ir no máximo até 1201,08 euros. Este tipo de estágio tem, geralmente, duração de nove meses, apesar de haver algumas exceções que permitem que sejam de 12 meses.

“Ao longo dos últimos anos percebeu-se que era importante criar mais incentivos ao nível das políticas de emprego, como haver um compromisso no final do estágio e dar um contrato permanente aos trabalhadores”, explicou, ao matutino, o coordenador do Observatório do Emprego Jovem do ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa, Paulo Marques.

Contudo, a continuidade apenas acontece em 54% dos casos, como revela o JN.

Se por um lado, 20% das pessoas não concluíram os estágios; por outro, nalguns casos, a própria empresa – por opção ou incapacidade – não reteve os estagiários.

“Se o Estado está a apoiar as empresas, também estas devem ter um certo compromisso e respeitar alguns direitos laborais básicos, como, por exemplo, não utilizar as políticas de emprego para rodar pessoas”, considerou Paulo Marques.

Um dado positivo destacado pelo JN é que, meio ano depois após o término do estágio, 75% das pessoas já tinha conseguido emprego.

Nessa perspetiva, o IEFP enaltece o sucesso da inserção dos jovens no mercado de trabalho.

Ainda assim, segundo os dados mais recentes da Eurostat, a taxa de desemprego dos jovens em Portugal é de 15,9% – mais alta do que a média da União Europeia (13%).

ZAP //

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