Quão sábio é cada um de nós? Um novo teste de sete perguntas promete dar a resposta

A sabedoria está também muito associada à saúde mental. As sete perguntas do teste correspondem aos sete parâmetros que compõem a sabedoria. 

Se Sócrates só sabia que nada sabia, o filósofo grego pode lamentar não viver nos dias de hoje, já que agora um teste que pode ajudar a medir, afinal, a nossa sabedoria, explica o IFLScience.

Uma equipa de investigadores da Universidade da Califórnia, criou uma escala que quantifica a sabedoria de cada pessoa. O estudo que detalha a sua criação foi publicado no International Psychogeatrics e promete que cada um dos componentes que determina a sabedoria pode ser medido com uma única pergunta.

“A sabedoria é uma característica da personalidade que integra sete componentes: auto-reflexão, comportamentos pró-sociais, regulação emocional, aceitação de perspectivas diversas, determinação, conselhos sociais e espiritualidade”, escrevem os autores.

Para este estudo, os investigadores criaram uma versão mais curta de um teste anterior que já tinham criado de 28 perguntas. A medição da sabedoria está também a ser usada no estudo da saúde mental e do envelhecimento ideal, com pesquisas já a indicar que está associada aos níveis de depressão, ansiedade e solidão.

“Queríamos testar se uma lista de apenas sete itens podia dar informações válidas para testar a sabedoria”, afirma o autor principal do estudo, Dilip V. Jeste, do Centro para o Envelhecimento Saudável na Escola de Medicina em San Diego da Universidade da Califórnia.

A opção por um teste mais curto “não o torna menos válido“. “Seleccionamos o tipo certo de questões para termos as informações importantes que não só contribuem para o avanço da ciência mas também apoiam os nossos dados anteriores de que a sabedoria tem uma correlação com a saúde e a longevidade”, acrescenta.

Para testarem estas hipóteses, adianta a Insider, os autores recrutaram 2093 participantes nos EUA entre os 20 e 82 anos, sendo a maioria branca (77%) e 55% mulheres, para participarem numa avaliação online e responderem a 7 perguntas, cada uma a reflectir cada um dos componentes da sabedoria:

1. Tenho tendência para adiar decisões importantes tanto quanto possível?
2. Mantenho a calma sob pressão?
3. Evito fazer auto-avaliação?
4. Evito situações em que sei que precisam da minha ajuda?
5. Normalmente não sei o que dizer quando me pedem conselhos?
6. Gosto de ser confrontado com pontos de vista diferentes?
7. A minha espiritualidade dá-me força interior?

“A análise indicou que os testes de 28 e sete itens têm uma correlação alta e produzem um padrão quase idêntico de correlações com variáveis demográficas e de validade”, sublinham os autores.

Os participantes tiveram de escolher, numa escala de 1 a 5 entre “discordo bastante” e “concordo bastante” as respostas às seguintes frases: tendo a adiar decisões importantes o máximo possível, fico calmo sob pressão, evito a auto-reflexão, evito situações onde sei que a minha ajuda vai ser precisa, frequentemente não sei o que dizer a pessoas que me pedem conselhos, gosto de ser exposto a pontos de vista diferentes, as minhas crenças espirituais dão-me força interna.

Nem todos os indicadores de sabedoria são iguais, no entanto, havendo alguns que são mais fortes que outros. As questões relativas aos conselhos, dar ajuda e  adiamento de decisões e são as que mais preveem a sabedoria, correspondendo, respectivamente aos conselhos sociais, comportamento pró-social e determinação.

Já a pergunta relativa à espiritualidade foi que mostrou ter uma correlação menor com a sabedoria. Depois de ajustarem as respostas para terem em conta as pessoas que responderam demasiado rápido e de forma distraída, os resultados do teste de sete perguntas são comparáveis aos do inquérito com 28 questões.

As conclusões mostram também que as mulheres, as pessoas mais velhas e aqueles com “níveis mais altos de saúde mental, resiliência, felicidade e interacções sociais” tendem a ser os mais sábios. A solidão foi associada a valores mais baixos.