Heikki Saukkomaa / Lehtikuva Handout / EPA

O Presidente dos EUA, Donald Trump, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin
Depois da bola de futebol, uma pintura com a cara do novo Presidente. Mas a história ensina que estes presentes podem vir “envenenados”…
“Lindo” foi a descrição que o enviado de Trump, Steve Witkoff, atribuiu ao retrato do líder dos EUA que Vladimir Putin terá oferecido ao presidente norte-americano no início do mês, durante a visita a Moscovo.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, confirmou o “presente pessoal” esta segunda-feira, sem dar mais pormenores, depois de Witkoff ter dito ao polémico jornalista Tucker Carlson da Fox News que Trump ficou “claramente comovido” com o retrato, obra de um “importante artista russo”.
Pouco se sabe sobre esta pintura de Trump que chegou da Rússia à Casa Branca, mas é um facto que Trump tem sido altamente minucioso em relação aos retratos que gosta e os que não gosta.
A pintura com a sua cara, pendurada no Capitólio do Estado do Colorado, foi altamente criticada pelo novo presidente, que a classificou de “a pior” e “propositadamente distorcida”, enquanto o mesmo artista fez um retrato “maravilhoso” para Obama.
The Colorado State Capitol has a painting of President Trump that he doesn’t really like.
What do you think about it? pic.twitter.com/BbDBtiUFY2
— Brandon (@LibOrNormal) March 24, 2025
Também não se sabe se o novo quadro foi submetido a algum tipo de análise, apesar de terem pedido a Witkoff que o transportasse para Washington. A história indica que talvez devesse ser analisado.
Esta não é a primeira vez que Putin oferece presentes a presidentes dos EUA. Em 2021, presenteou o Presidente Joe Biden com uma caixa de escrita em laca e uma caneta no valor de 12 mil dólares, durante uma cimeira em Genebra. Em 2013, enviou pratos de porcelana e xícaras de café ao presidente Barack Obama. Em 2014, o antigo Presidente George H.W. Bush recebeu um retrato de Putin pelo seu 90º aniversário.
Ao próprio Trump, já lhe tinha dado uma bola de futebol do Mundial 2018, que terá sido minuciosamente analisada pelos Serviços Secretos dos EUA, que aprenderam com o caso da escultura da Guerra Fria, lembra o ABC News.
Em 1945, o embaixador norte-americano em Moscovo recebeu um grupo de crianças soviéticas, que lhe ofereceram um Grande Selo dos Estados Unidos esculpido à mão. Ficou sete anos no gabinete do responsável dos EUA — e sete anos a ouvir tudo o que se passava na sala.
A obra de arte, apelidada de “A Coisa”, tinha um dispositivo de escuta secreto, um “ressonador de cavidade passivo”, ativado por um feixe de rádio de uma carrinha no exterior, segundo o Spy Museum.