Putin autorizou míssil que abateu o MH17 em 2014, conclui investigação

EPA/Mikhail Metzel / Kremlin Pool / Sputnik

Vladimir Putin

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, autorizou o uso de sistemas de defesa aérea no leste da Ucrânia, que incluíram os lança-mísseis BUK, que derrubaram, em 17 de julho de 2014, o avião Malaysia Airlines (MH17), revelou esta quarta-feira um relatório da equipa internacional (JIT) que investiga o ocorrido.

“Há fortes indícios de que, na Rússia, a decisão foi tomada pelo Presidente sobre o fornecimento do sistema de mísseis BUK para os separatistas da autoproclamada República popular de Donetsk”, indicou a JIT, composta por autoridades da Austrália, da Bélgica, da Holanda, da Malásia e dos Países Baixos.

De acordo com a agência EFE, a equipa chegou a essa conclusão tendo por base documentos oficiais e conversas intercetadas nos dias anteriores à tragédia, que vitimou 298 pessoas.

“Depois que os separatistas solicitaram armas antiaéreas de longo alcance, o pedido foi discutido na Administração Presidencial em Moscovo, na segunda quinzena de junho de 2014”, apontou ainda o relatório.

Segundo a JIT, “há informação concreta” de que foi apresentada a “solicitação dos separatistas ao Presidente”, embora seja desconhecido a menção explícita do sistema BUK, mas que é certo que a resposta “foi positiva” e que “pouco depois, foram entregues os sistemas pesados de defesa aérea“.

O relatório informou ainda que, nesse pacote, “estava incluído o BUK que, posteriormente derrubou o MH17”.

A agência avançou ainda que as conversas intercetadas também dão informações sobre a tripulação que operou a instalação do sistema de mísseis, mas a JIT lamenta que as autoridades russas “não estão a responder às perguntas sobre a tripulação, indicando que não havia nenhum sistema de mísseis BUK” da Rússia no Ucrânia.

Apesar da informação sobre a identidade de “várias pessoas envolvidas” no caso, neste momento há poucas provas para iniciar um processo judicial. Moscovo não que  cooperar e as testemunhas temem pela vida. Já Putin tem imunidade presidencial.

A equipa lamenta também que a situação obrigue à suspensão temporária dos trabalhos de apuramento, embora isso não represente um encerramento do trabalho.

No âmbito da investigação, em novembro do ano passado a justiça holandesa condenou à prisão perpétua os russos IGor girkin e Sergey Dubinsky e o ucraniano Leonid Kharchenko, culpados pelo assassinato das 298 pessoas. Todos foram julgados à revelia, já que a Rússia recusou-se a entregar os réus.

O voo MH17 partiu de Amesterdão com direção à Kuala Lumpur e foi derrubado por um míssil disparado de uma área controlada por milícias separatistas pró-russas.

ZAP //

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