André Gustavo Vieira da Silva, o publicitário que dirigiu o marketing da campanha de Pedro Passos Coelho nas campanhas para as legislativas de 2011 e 2015, foi detido esta quinta-feira no Brasil, no âmbito da operação Lava Jato.
Na mesma ação policial, as autoridades prenderam o ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil (BB) Aldemir Bendine, e Antônio Carlos Vieira da Silva Jr.
Segundo as autoridades brasileiras citadas pela Sábado, os mandados de captura foram executados depois do Ministério Público ter descoberto que estavam de viagem marcada para Portugal.
“Bendine tinha passagem comprada para Portugal para sexta-feira 28 de Julho e as informações dão conta que André Gustavo tinha passagem para Lisboa para data de hoje. Estes factos foram levados em conta pelo Ministério Público Federal”, disse o procurado Athayde Ribeiro Costa.
No caso de Aldemir Bendine, “a descoberta da viagem foi fruto da quebra telemática do suspeito”, onde foi descoberto que havia só uma passagem de ida para Lisboa: “havendo ou não uma passagem de retorno isto não muda a necessidade de prisão preventiva”, reforçou.
Estas detenções ocorreram na 42ª fase da operação Lava Jato, nomeada “Cobra”. Segundo a “delação” – quando alguém fornece informações às autoridades para ter benefícios, nomeadamente na pena de prisão – feita por Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, Bendine solicitou e recebeu três milhões de reais – 816,3 mil euros – para auxiliar a construtora Odebrecht em negócios com a Petrobras.
Segundo os delatores, o dinheiro foi pago em espécie através de um intermediário. Aparentemente, de acordo com a Polícia Federal, estes pagamentos só foram interrompidos com a prisão de Marcelo Odebrecht, em Junho de 2015. Em 2015, Aldemir Bendine era considerado o “braço direito” da então presidente brasileira, Dilma Rousseff.
