Só nos primeiros quatro meses do ano, os profissionais de saúde já fizeram 8,2 milhões de horas extra, num aumento de 73% face ao período homólogo de 2020.
O Jornal de Notícias avança, esta quarta-feira, que, nos primeiros quatro meses do ano, médicos e enfermeiros fizeram quase 8,2 milhões de horas extra.
Este número corresponde a quase metade do total registado em 2020 – 17,4 milhões de horas – e representa um aumento de 73% face ao mesmo período do ano passado.
Os dados do portal de monitorização do Serviço Nacional de Saúde (SNS), consultados pelo matutino, indicam que, do total de 8,184 milhões de horas extra contabilizadas, 35% foram realizadas por profissionais em Lisboa e Vale do Tejo, a região mais afetada pela terceira vaga da pandemia de covid-19.
No Norte, foram registadas 33% das horas suplementares.
Desde 2014, altura em que se começaram a contabilizar as horas extra de médicos e enfermeiros, esta é a primeira vez que se registaram estes valores.
O diário revela que alguns profissionais de saúde já ultrapassaram o limite anual de horas extras.
“Ultrapassamos todos os limites. Há médicos que já não têm horas extra”, revelou o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, ao JN. Por sua vez, a bastonária dos enfermeiros, Ana Rita Cavaco, garantiu que “grande parte dos enfermeiros já ultrapassou esses limites”.
O presidente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Roque da Cunha, indicou que “os médicos têm um limite de trabalho suplementar de 150 horas por ano (contrato individual de trabalho) ou 200 horas por ano (contrato em funções públicas)”.
No caso dos enfermeiros, esse patamar está nas 150 horas anuais.