“Com a idade, a felicidade diminui”. Alunos não só são estão mais satisfeitos com a vida como também são mais esperançosos. Mulheres apresentam níveis mais baixos de bem-estar.
Os alunos portugueses são mais felizes e têm expectativas mais positivas para o futuro em comparação com os professores, segundo um recente estudo intitulado “Bem-estar e felicidade nas escolas portuguesas” que contou uma uma ampla amostra, com mais de 5000 professores e 3100 alunos.
Os resultados mostraram que a felicidade e o bem-estar entram em decadência com a idade — os alunos mais jovens são os mais felizes —, conclusão que, diz ao Público a líder do estudo Margarida Gaspar de Matos, entra em concordância com a confirmação de outras pesquisas que é que, “com a idade, a felicidade diminui”.
Os alunos reportaram níveis mais elevados de felicidade e otimismo, com uma média de 3,8 numa escala de um a cinco, em comparação com 3,29 para os professores.
“Os professores estão muito menos expectantes em relação ao futuro e não só: sentem-se menos felizes, com menos bem-estar e estão menos satisfeitos com a vida. Este estudo refletiu uma coisa que já sabíamos e que também é verdade noutros estudos: com a idade, a felicidade diminui”, diz a psicóloga.
Por exemplo, “nesta amostra de alunos, os mais pequeninos são muito mais felizes do que os do ensino secundário e o mesmo acontece em relação aos do secundário por comparação aos docentes”, explica.
Mulheres com níveis mais baixos de bem-estar
A pesquisa também destacou uma diferença de género na perceção de felicidade.
As mulheres, tanto alunas quanto professoras, reportaram menores níveis de felicidade em comparação com os homens.
Curiosamente, o contexto socioeconómico mostrou-se um fator que afeta negativamente o bem-estar das raparigas, mas não dos rapazes.
Outro aspeto relevante apontado pelo estudo é a esperança em relação ao futuro. Os alunos mostraram-se mais esperançosos, com uma média de 4,06 contra 3,24 dos professores, refletindo um maior otimismo entre os mais jovens quanto às suas perspetivas de vida e carreira.
“Há uma diferença substancial entre as expectativas dos alunos quanto ao seu bem-estar hoje e aquele que esperam alcançar dentro de cinco anos (mais 1,2 pontos)”, refere o relatório.
O estudo abordou ainda a influência dos contextos familiares, escolares e de colegas na perceção de felicidade, bem como a importância de um desenvolvimento sustentável do planeta para esta perceção, dados que ressaltam a complexidade das questões de bem-estar e felicidade nas escolas e exigem uma abordagem holística que considere múltiplos fatores.
Pudera, só vão ser tão ou mais infelizes quando entrarem na vida real, sustentar a família, ir dar aulas para 100km de distância.
Aí passam a infelizes como os professores.